• Lição que não se esquece: crianças aprendem a linguagem dos surdos ainda na escola

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  • 29/09/2018 15:30

    Usamos as mãos para muitas coisas, como segurar objetos, nos alimentarmos, cumprimentar um conhecido, fazer carinho… então por que não usá-las também para falar? A Língua Brasileira dos Sinais (Libras), segunda língua oficial do país, ainda não é tão popular quanto deveria. Para marcar duas datas importantes nesta semana, o Dia Nacional do Surdo – em 26 de setembro – e hoje, o Dia Internacional do Surdo, a Escola Municipal de Educação Especial Santos Dumont promoveu atividades para celebrar as conquistas e lutas da população surda na sociedade. 

    Leia também: Campanha mostra os principais desafios dos deficientes auditivos no Dia Nacional dos Surdos 

    Na quinta e na sexta-feira, alunos da rede municipal e particular puderam conhecer um pouco da rotina dos 50 estudantes da unidade. De forma interativa, os alunos puderam aprender sobre libras, o alfabeto, a identificação das cores e realizaram atividades diferentes como o caça-palavras. “É muito interessante fazer essa interação com os alunos de outras escolas. Uma das barracas que mais faz sucesso é a das pessoas famosas que são surdas. Eles ficam muito interessados. Querem saber como falar o próprio nome em libras e acabam conhecendo um pouco da rotina dos alunos daqui”, contou a diretora da escola, Valéria Duriez.

    Cerca de 350 estudantes participaram das atividades nos dois dias. Além de promover uma celebração pelas datas, o evento tinha como objetivo aproximar os alunos da língua do surdo e mostrar a realidade da população surda. A escola também oferece o curso de libras, que é aberto a população. Os interessados em aprender podem fazer as inscrições diretamente na unidade. As aulas devem começar em 2019. 

    “Queremos estimular outras pessoas a aprenderem a libras, principalmente os pais das crianças surdas. O diálogo é muito importante para eles e o curso fortalece a acessibilidade. Nesse ano, pessoas de vários setores da Prefeitura participaram do curso, o que foi muito interessante. Facilitar a vida dos nossos alunos fora do ambiente escolar também é uma meta da escola”, contou Valéria. 


    Paralelo a essas atividades, o colégio, em parceria com a escola de educação infantil Área Bambini, oferece aulas de libras para os vinte e três alunos do 5º ano da instituição. Para Sílvia Tavares, diretora da Área Bambini, a troca de atividades entre os alunos das duas instituições tem sido enriquecedora para o desenvolvimento dos estudantes. 

    “A aceitação dos alunos é muito boa. Eles não ficam nem um pouco intimidados e a interação é muito natural. É uma ótima oportunidade de inclusão. Eles se sensibilizam e sempre chegam na escola contando alguma coisa que gostaram na aula ou nas atividades que fizeram junto com os alunos da Santos Dumont. A introdução da língua de libras no currículo deles é vista de uma maneira muito positiva também pelos pais dos alunos”, destacou Sílvia.


    “É muito importante essa interação para os alunos das duas instituições, para os alunos externos que têm a chance de conhecer a cultura e a linguagem do surdo, e para os alunos daqui que podem vivenciar outras atividades com eles”, completou Valéria. 

    A rede municipal de Educação atende 50 alunos surdos e 31 alunos com deficiência auditiva – que usam aparelhos. Os estudantes surdos do 4º período da educação infantil ao 5º anos do ensino fundamental estudam na EMEE Santos Dumont. A escola é bilíngue: os alunos têm a libras como primeira língua e o ensino da língua portuguesa como segunda língua. A escola oferece ainda atendimento complementar a alunos surdos integrados em classe comum e atendimento individual para alunos com problema de linguagem escrita. 


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