• Jugendbauernfest não agrada grupos folclóricos

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  • 11/07/2018 11:54

    A Jugendbauernfest realizada no último fim de semana no Parque Municipal, em Itaipava, dividiu opiniões. A festa que tinha como proposta criar um núcleo moderno da Bauernfest acabou não agradando os organizadores da tradicional festa do colono, que acreditam que a mistura de culturas descaracterizou a essência germânica. Foi protocolada na semana passada, uma carta de repúdio a realização do evento, por entenderem que não faz parte do calendário oficial da festa e não conserva as características da Bauernfest. 

    O evento foi realizado na semana seguinte a Bauernfest, entre os dias 05 e 08 de julho. A proposta era mesclar a tradicional festa germânica com o contemporâneo. O objetivo era atrair principalmente os jovens, segundo o Instituto Municipal de Cultura e Esportes (IMCE), para que também ajudem a manter e preservar a influência germânica na cidade. Cerca de 10 mil pessoas passaram pela festa, segundo os dados do Instituto. 

    A presidente do Clube 29 de Junho, Emygdia Hoelz, explicou que o descontentamento dos organizadores foi devido a descaracterização germânica incluindo outros elementos no evento. “Não poderiam usar o nome Bauernfest. Na festa oficial temos uma licitação que determina todos os elementos que a festa deve ter, para que continue sendo mantida a tradição. Teve a venda de comidas que não tinham nada a ver com a comida alemã. Foi feito um outro evento, que nada tem a ver com a Bauernfest”.

    Apesar de não terem participado da organização da Jugendbauernfest, que foi organizada por uma empresa privada com o apoio institucional da Prefeitura, alguns grupos de dança folclórica foram convidados para se apresentar durante o evento. “Esse foi um evento piloto e nós não sabíamos como funcionaria, fomos convidados e fizemos uma apresentação muito menor do que fazemos todos os anos na Bauernfest, no Centro, que tem um viés cultural alinhado ao 29 de junho”, explicou a presidente da Associação dos Grupos Folclóricos Alemãs de Petrópolis (AGFAP), Ísis Barreto Jader.

    A carta de repúdio foi assinada por alguns representantes dos grupos organizadores da festa do colono como o Clube 29 de Junho, o Instituto Bingen, e AGFAP. No texto, os grupos contestam a realização da festa fora do calendário, e a utilização do nome vinculado a uma festa privada, segundo a carta, a festa descaracteriza e não contribui para a preservação da cultura alemã na cidade.

    “Nossa preocupação é com a descaracterização de uma cultura que temos mantido há quase 30 anos. Essa festa pode comprometer as características culturais germânicas. Nosso medo é a desvalorização da marca Bauernfest”, lamentou o presidente do Grupo de Danças Folclóricas Rheinland, Felipe Carvalho Tavares.

    A prefeitura foi questionada sobre a organização do evento e sobre a carta de repúdio e informou que o evento foi realizado com o apoio institucional do poder público, por tratar-se de uma ação gratuita e de interesse público. O evento utilizou elementos da cultura germânica e difere da Bauernfest, organizada pela Prefeitura de Petrópolis, com parceria do Clube 29 de Junho, evento oficial de homenagem à colonização alemã. 

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