• José na noite em que Jesus nasceu

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 23/12/2016 12:00

    Nós não sabemos o que aconteceu a José. Seu papel no nascimento de Jesus é tão importante que esperamos vê-lo mais no relato da vida de Jesus — mas, com exceção de uma pequena cena que se passou quando Jesus tinha 12 anos, quando estava em Jerusalém, ele nunca mais aparece. O resto de sua vida é deixado à especulação e nós somos abandonados com nossas perguntas.

    Mas voltemos nossos olhos para aquela noite em Belém. Naquela estrebaria. Imaginemos José ali. Pastagens iluminadas pela lua. Estrelas brilhando no céu. Podemos ver Belém brilhando à distância. Lá está ele, preocupado. A hora do parto havia chegado. 

    O que ele estaria pensando enquanto Jesus estava nascendo? O que passava por sua mente enquanto Maria estava dando à luz? Ele estava fazendo o que podia. Havia preparado um lugar para Maria se deitar. Ele deixou Maria o mais confortável que podia dentro de uma estrebaria.

    O que se passa na sua mente, no seu coração. Talvez tenha pensado: “Não foi isso o que planejei. De jeito nenhum. Meu filho nascendo numa estrebaria? Eu achava que não ia acontecer dessa maneira. Um lugar com ovelhas e burros, palha e feno? Numa estrebaria com cheiro de estrume de animal. Minha esposa dando à luz tendo apenas as estrelas para ouvir sua dor? Tudo por causa do imperador romano! Ah, o império que tanto nos oprime! De maneira alguma era isso o que tinha imaginado. Não, eu imaginava família. Imaginava avós. Imaginava vizinhos amontoados do lado de fora e amigos de pé, ao meu lado. Imaginava a casa explodindo com o primeiro choro do menino. Palmas no fundo. Risadas em alto som. Júbilo. Era assim que eu imaginava que seria. A parteira traria a criança para mim e todas as pessoas aplaudiriam. Maria descansaria e nós festejaríamos. Toda a Nazaré celebraria. Mas olhe só. Nazaré está a cinco dias de distância. E aqui estamos nós numa estrebaria Quem vai celebrar conosco? As ovelhas. Isto não parece correto. Que tipo de marido sou eu? Não trouxe nenhuma parteira para ajudar a minha esposa. Não há uma cama para descansar. Seu travesseiro é um dos panos que tirei de minha mula. A casa que lhe preparei é um amontoado de palha e feno. O cheiro é ruim, os animais fazem barulho. Por quê? Eu mesmo estou cheirando feito um pastor. Será que perdi alguma coisa? Deus, será que não entendi algo? Quando o Senhor me enviou um anjo com a notícia de que um filho estava por nascer, não foi isso o que imaginei. Eu imaginava Jerusalém, o templo, os sacerdotes e as pessoas reunidas para ver. Talvez até mesmo uma cerimônia. Uma parada. Um banquete, pelo menos. Afinal, Ele é o Messias! Pois então, se não era para nascer em Jerusalém, que tal Nazaré? Nazaré não teria sido melhor? Pelo menos ali, tinha a minha casa e o meu negócio. Aqui, o que tenho? Uma mula cansada, uma pilha de lenha e um pote de água quente. Eu não queria que as coisas fossem assim! Não era isso o que queria para o meu filho…”

    Sim, assim precisamos nos imaginar José, inquieto, questionando. Mas tudo muda de figura quando Jesus nasce. Quando os pastores e magos vem adorá-lo. Tudo muda quando José compreende: é necessário que assim seja, pois Jesus quer resgatar a todos, e mostra isso nascendo em condições adversas e miseráveis. Se nascesse em Jerusalém ou mesmo em Nazaré, Ele não seria diferente das demais crianças que nascem a cada dia. 

    Mas, com seu nascimento na miséria e na adversidade, quer mostrar sua missão: veio para todos, não importando sua condição social. Aqueles que nada tem, os desprezados, os marginalizados podem erguer a cabeça, ter esperança, pois Deus os ama! Ama a nós também. Jesus nasceu para todos! 

    Nossa atitude deve ser de gratidão a Deus, que se compadece de nós, que permite a seu filho nascer de forma tão adversa. Que nossa atitude seja a mesma que a dos pastores dos campos de Belém pela salvação que desceu ao mundo em Jesus: “Voltaram, então os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado.” (Lucas 2.20)

    Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. 

    Avenida Ipiranga, 346.

    Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703

    Últimas