• Inadimplência: 35% dos consumidores em débito buscam acordo para quitar as dívidas

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  • 02/09/2019 10:15

    Uma pesquisa feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que entre os consumidores inadimplentes que pretendem regularizar sua situação pelos próximos três meses, 35% querem tentar um acordo com o credor para parcelar o valor do débito. No total, 55% dos consumidores com contas atrasadas acreditam que terão condições de regularizar as dívidas, sendo que 35% pretendem pagar integralmente e 16% parcialmente. Por outro lado, 45% dos inadimplentes não se veem em condições financeiras de quitar suas dívidas nos próximos três meses.

    Para o presidente da CDL Petrópolis, Luiz Felipe Caetano da Silva e Souza, se por um lado a pesquisa aponta números preocupantes como o fato de 45% dos devedores não terem condições de pagar suas dívidas em médio prazo, por outro, aponta que a negociação é a melhor estratégia.

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    “Nós da CDL Petrópolis apoiamos o Feirão Limpa Nome do Procon porque acreditamos que é fundamental negociar e a grande procura dos consumidores mostra que as pessoas querem regularizar sua situação e recuperar o poder de compra através de acordo. Por isso, minha empresa está lá, presente, assim como as de outros diretores e associados da CDL, além do apoio da entidade fornecendo na hora e de forma gratuita as informações verbais sobre a situação do consumidor junto ao SPC Brasil”, afirma Luiz Felipe.  

    A pesquisa revela que fazer cortes no orçamento é a segunda alternativa mais citada pelos inadimplentes que planejam regularizar suas dívidas (28%), inclusive com um aumento de nove pontos percentuais na comparação com o ano passado.

    A terceira estratégia mais citada é recorrer a um bico ou trabalho extra (24%), seguida daqueles que esperam contar com o pagamento de empréstimos feitos a terceiros (12%). Outras opções que cresceram em um ano são vender um bem (9%) e substituir a dívida por um empréstimo que cobra juros mais baixos (4%).

    Na avaliação dos entrevistados, os principais empecilhos para quitar as dívidas em atraso e colocar a vida financeira em ordem são: não saber de onde tirar dinheiro para pagar as dívidas (28%), o fato de estarem desempregados (23%) e a queda na renda (20%).

    A pesquisa ainda revela que a escala de prioridades do consumidor é encabeçada pelas despesas consideradas mais importantes para a vida diária. Os compromissos financeiros que os inadimplentes mais pagam em dia são o aluguel (84%), plano de saúde (82%) e condomínio (78%). Outras contas que os inadimplentes têm procurado manter quitadas na maior parte das vezes são as com TV por assinatura e internet (73%) e também contas de água e luz (72%).

    Os empréstimos em bancos ou financeiras (69%), os crediários em lojas (68%) e as faturas atrasadas de cartão de crédito (67%) despontam como os tipos de contas que mais deixaram os inadimplentes com o ‘nome sujo’. Há ainda 52% de pessoas que ficaram nessa situação após entrarem no cheque-especial ou por atrasarem o pagamento do financiamento de automóvel.

    A análise socioeconômica da pesquisa revela que a concentração de inadimplentes no Brasil é expressivamente maior entre os brasileiros das classes C, D e E (94%), sendo que em média, cada inadimplente recebe R$ 2.335,32 por mês. Além disso, oito em cada dez (79%) brasileiros com contas em atraso ganham no máximo três salários mínimos.

    No geral, 58% dos inadimplentes no Brasil são mulheres, ao passo que 42% homens. A idade média é de 38 anos e tendo em sua maioria, mais de três pessoas morando na mesma casa, predominantemente na região Sudeste (46%) e Nordeste (24%). Outra constatação é que 80% dos inadimplentes têm no máximo o ensino médio completo e outros 20% concluíram ou estão cursando o ensino superior.

    A pesquisa ouviu 600 consumidores com contas em atraso há mais de três meses acima de 18 anos, de ambos os gêneros, de todas as classes sociais e que residem nas 27 capitais do país. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos a um intervalo de confiança de 95%.

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