• Ikinha demite funcionários e anuncia transferência de setores para Santa Catarina

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  • 18/01/2019 15:59

    O espaço onde funciona a fábrica da Ikinha, no Morin, deve abrigar um centro comercial. A informação foi confirmada pelo proprietário da empresa, Marlan Scherer Hammes, que está à frente do processo de transferência das áreas de tecelagem e tinturaria para  Brusque, em Santa Catarina. Serão mantidos em Petrópolis – em um dos dois prédios que pertencem à empresa, no Morin (antiga Fábrica Santa Helena) ou no Quarteirão Brasileiro – os serviços de venda, confecção, corte e desenvolvimento de roupas. Só este ano 93 funcionários foram demitidos da Ikinha. Todos cumprem aviso prévio e serão desligados da empresa no dia 31. 

    Segundo o empresário, a concorrência – externa e interna – e problemas relacionados a questões ambientais contribuíram para a decisão de fechar a unidade fabril do Morin. Marlan Hammes diz que os gastos para obtenção de laudos entregues ao Ministério Público para comprovar que a fábrica obedecia às legislações ambientais chegaram a R$ 14 mil.  “Na última audiência com o MP, pedi um prazo até fevereiro para decidir se faria obras para instalação de novos filtros na chaminé ou se encerrava as atividades. Como não tinha certeza de que as denúncias cessariam, mesmo depois de novos investimentos, decidimos fechar o setor. Temos todas as licenças e apresentamos os laudos, mas não não tínhamos como ter certeza”, disse.

    A Ikinha Malhas já teve mais de 600 empregos diretos, mas hoje tem 380 trabalhadores. A fábrica recebe incentivos ficais da prefeitura, com isenção de IPTU, e do governo do Estado, com redução do ICMS, que deverão ser revistos com a decisão da empresa. Segundo a prefeitura, a verificação da documentação é feita semestralmente e, para manter o benefício, a empresa deve comprovar a manutenção dos empregos, entre outros requisitos.

    O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Têxteis, Wanilton Reis, lamentou as demissões. “No meio desse momento político e econômico do país, é uma covardia com os trabalhadores”, disse. De acordo com os dados do sindicato, no ano passado, a Ikinha já havia demitido 28 funcionários. Também foram registradas demissões em outras fábricas de tecelagem, como a Werner (31 trabalhadores) e também na Xerium (16 pessoas), indústria do ramo de papel e celulose.

    Em nota, a Werner esclareceu que as 31 demissões “ocorreram no curso normal de gestão da empresa” e que foram realizadas contratações em igual número. “As operações da Werner Tecidos seguem normalmente, sem redução no quadro de funcionários”, garantiu a empresa.  

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