• Idealizadores do Maglev esperam publicação de chamamento público

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  • 02/07/2018 00:01

    Os idealizados do Maglev, ou trem de levitação magnética (flutuante,) aguardam que a Prefeitura publique o chamamento público ou Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) que permitirá que as empresas apresentem seus projetos de mobilidade urbana para a cidade. O PMI foi lançado em fevereiro, durante a 14ª Conferência Municipal de Trânsito e Transportes, mas até agora o governo municipal não publicou o edital. 

    O PMI será a base para a implantação de um projeto do Maglev, que vem sendo discutido desde o ano passado. “Se o edital do PMI – lançado oficialmente em fevereiro – for publicado neste mês de julho, dentro de um ano mais ou menos teremos as primeiras propostas firmes. Todo este estudo será bancado pela iniciativa privada, pelas empresas interessadas no projeto. Do poder público, será necessário apenas informações técnicas, previstas na Lei de Acesso à Informação e, o mais importante, um pouco mais de atenção”, disse o idealizador do Maglev, o engenheiro Eduardo Gonçalves David. 

    Segundo o engenheiro, as empresas interessadas no projeto, principalmente as estrangeiras, só irão investir se o edital for publicado. “Essa publicação pode ser feita até mesmo no site da CPTrans ou da Prefeitura e é fundamental para que o projeto tenha andamento”, ressaltou Eduardo. Além de Petrópolis, outras duas cidades também podem receber o trem de levitação: Juiz de Fora (MG) e Londrina (PR). 

    Eduardo ressalta que Petrópolis foi escolhida devido a sua topografia acidentada, existência de rochas fragmentadas e grande restrição ambiental e de caráter histórico. “É a cidade mais difícil. Se der certo em Petrópolis, dará certo em qualquer lugar do Brasil”, pontuou o engenheiro. “Outro motivo é a proximidade do Rio de Janeiro, cidade interligada por avião com várias outras do Brasil e do mundo. Qualquer autoridade que quiser conhecer o projeto implantado em Petrópolis terá muita facilidade, além de desfrutar de uma cidade agradável e hospitaleira para visitar. O Maglev Metropolitano será mais uma tração turística”. 

    O engenheiro também destaca a existência do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), como um ponto favorável para a instalação do Maglev na cidade. “Outra razão da escolha e de natureza tecnológica de Petrópolis é que só existe Maglev porque existe computador e, Petrópolis, com o LNCC, tem vocação para desenvolvimento próprio nesta área de grandes oportunidades. A levitação magnética para baixa velocidade é uma tecnologia muito recente (em operação plenamente comercial há apenas dois anos na China e Coreia do Sul). Nossa proposta é criar aqui, como também nas outras duas cidades piloto, um Mestrado em Levitação Magnética para formar os futuros profissionais e pesquisadores desta área. Então, quando um político inovador se apaixonar pelo projeto, irá contratar na própria cidade os profissionais que vai necessitar”, explicou Eduardo. 

    Maglev: arco imperial com 11 quilômetros de extensão ligando o Quitandinha à Rua Teresa

    O projeto do Maglev prevê 11 quilômetros de extensão – sendo 4,5 km em via elevada e 6,5 km em via subterrânea) ligando o Quitandinha à Rua Teresa, no Centro. A ideia inicial, segundo o engenheiro Eduardo Gonçalves David, idealizador do projeto, era um arco imperial com 16 quilômetros. “Houve alterações para evitar que as estações ficassem em áreas sujeitas a inundação. Tão logo a cidade resolva tecnicamente este problema, através de bacias de sedimentação e túnel extravasor, o arco poderá ser fechado”, explicou. 

    A previsão é carregar cerca de 510 passageiros a cada viagem e seria mais uma opção de transporte para o já saturado trânsito de Petrópolis. De acordo com Eduardo, a velocidade média é de 60 km/h, quatro vezes mais veloz do que o trânsito urbano, que gira em torno de 15 km/h. “Quem gasta meia hora de automóvel (ou ônibus), passaria a gastar sete minutos e meio apenas. O projeto prevê toda a tração elétrica, inclusive dos ônibus que irão coletar e levar passageiros dos bairros até a estação do metrô. Esses ônibus, de acordo com nossos estudos, teriam as baterias carregadas pelo metrô à noite (quando o custo da energia elétrica é menor) e seriam alugados aos empresários, que entrariam apenas com o motorista e a gerência do transporte rodoviário, num esquema ganha-ganha, compartilhando a tarifa com o metrô. Como o principal custo do transporte é fixo, quanto mais viagens um ônibus coletor fizer, maior será sua lucratividade, evitando a necessidade de subsídio público, como acontece em São Paulo e nas grandes capitais, que chega a 30% da tarifa”, disse o engenheiro. 

    Eduardo garante que, além da praticidade e agilidade para o usuário, o projeto do Maglev tem baixo custo construtivo e operacional. “O túnel para uma linha do Maglev tem quatro metros de diâmetro, enquanto a de um trem comum tem sete. Além disso, ele não tem rodas, trilhos, motores rotativos, rolamentos, enfim, não tem fricção, o custo de manutenção é muito menor. Como não tem atrito, não tem Resistência ao Rolamento, pois está sempre levitando, seu consumo de energia é baixo”, ressaltou. “A publicação do PMI não garante apenas a apresentação do projeto do Maglev, mas também de outras tecnologias para a cidade. Basta o interesse do poder público para que isso seja feito”, concluiu o engenheiro. A equipe da Tribuna entrou em contato com a Prefeitura, mas até o fechamento da edição de sábado (30) não informou quando o Procedimento de Manifestação de Interesse será publicado..


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