• Hélio, Petrópolis e reminiscências

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  • 28/06/2017 12:00

    Foi, exatamente, no bairro Valparaíso que nos encontramos, numa tarde de sábado muito concorrida, após saborearmos um caprichado lanche.

    Aproximei-me de Hélio, que se fazia acompanhar da esposa, a fim de cumprimentá-los, lembrando-me, outrossim, de seu pai, Ubirajara Guerreiro Albuquerque, que fora, também, um grande amigo de meu pai.

    Para os íntimos, apenas o senhor Bira, morador do Valparaíso por muitos anos, ao lado da esposa; a vivenda do casal situada à rua Coronel Land, onde residiram, também, o avô e tios de Hélio.

    Durante o nosso encontro, por extrema gentileza, fez-me presentear com a obra “O sertão dos Coroados”, que reúne uma série de crônicas a propósito de matérias versando sobre fatos pitorescos que ocorreram, há muitos anos, em Petrópolis, matérias essas as mais diversas e relatadas pelo autor, com brevidade, porém, com absoluta objetividade, sobretudo, consagrando, em certos momentos, aspectos de natureza pitoresca. 

    Conversamos, trocamos ideias e relembramos o sr. Bira e o poeta Guedes Vaz, que partiram, porém, nunca esquecidos.

    Já em casa, na primeira oportunidade, passei à leitura da obra que agradou-me, de plano; por isso mesmo, no dia seguinte, já concluíra a mesma.

    A obra, como enfatizado, engloba textos, em número considerável, a respeito de relatos que fazem descrever inúmeras situações ocorridas nesta cidade de Pedro, além de outros temas escolhidos pelo autor, cujo conhecimento, é bem possível, haja passado em branco por parte de muitos, agora, devidamente esclarecidos por intermédio da agradável leitura da obra em causa.

    Algumas das crônicas chamaram-me a atenção, aguçando a minha curiosidade, tais como as relacionadas com “A casa dos Sete Acertos”; “A fundação do Petropolitano F.C.”, mui especialmente o gesto do alemão Max Meyer, proprietário do hotel que levava o seu nome, no momento em que, depois de aprovados os Estatutos do clube, dirigiu-se à rua para “… dar uns tirrrozinhos de comemmorrrazon”, segundo relata o autor.

    Dignas, outrossim, de boa e instrutiva leitura, “Por que o petropolitano se tornou alvinegro?”; “O trem dos maridos”; “Pequena Quitanda” e “Pavilhão Hortícola”, este último quando o autor faz esclarecer a respeito da obra encomendada pelo Cond D’Eu, o Palácio de Cristal, cartão de visita de nossa terra e que sofreu, segundo demonstra a história, na elucidação do autor, “…uma triste agressão…”.

    Concluída a leitura, recordei-me da lição deixada pelo grande professor, escritor, poeta, trovador e homem público, Roberto Francisco, recentemente falecido, quando escreveu: “… beijei as folhas de seu livro, em recordações e prazeres duplos, porque: – livro se abre com o desejo de obter entendimento e se fecha com um beijo por ter aproveitamento”. 

     

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