HCC cobra da Prefeitura pagamento de dívida de R$ 3 milhões
O diretor financeiro do Hospital Clínico de Corrêas (HCC), Alexandre Pessurno, pede à Prefeitura que cumpra com o compromisso assumido no início do mês e pague uma dívida superior a R$ 3 milhões. O valor é referente aos custos de internação de pacientes pela rede pública nas unidades de terapia intensiva do hospital e que não foram pagos desde novembro do ano passado.
Segundo o diretor, em uma reunião no início deste mês, a Prefeitura se comprometeu a pagar a dívida e solicitou ajuda ao hospital para abrir leitos para a internação de pacientes com o novo coronavírus. “Fizemos um investimento para abrir 10 leitos de UTI que já estão sendo usados pela Prefeitura. Fizemos uma força tarefa para, em tempo recorde, ampliar a nossa capacidade para que o município pudesse liberar o Hospital Nelson de Sá Earp e ter para onde transferir os pacientes. Agora, precisamos que a Prefeitura cumpra com o prometido”, disse Alexandre.
De acordo com ele, foram gastos quase R$ 700 mil com a instalação desses 10 novos leitos de UTI para atender a rede pública. “Compramos respiradores e monitores, ao custo de R$56 mil e R$13.500 cada um. Além disso, fizemos contratação de pessoal para cuidar dos pacientes. Atendemos o pedido da Prefeitura e precisamos manter agora o nosso compromisso com os funcionários”, ressaltou o diretor.
Na semana passada, a Prefeitura esvaziou o Hospital Nelson de Sá Earp (HMNSE) destinando todos os leitos – clínicos e de unidade de tratamento intensivo – para o tratamenro de pacientes infectados com o novo coronavírus. Quem estava internado no HMNSE foi transferido para o HCC e também para o Hospital Alcides Carneiro (HAC).
Além disso, a Prefeitura também anunciou a utilização de 34 leitos de UTI no novo hospital que está sendo construído no antigo prédio da Casa Providência, no Valparaíso. As obras começaram no ano passado e a previsão é que na primeira quinzena de abril estejam em funcionamento. Segundo Alexandre Pessurno, foi contratada mais mão de obra para dar agilidade aos trabalhos e também foi comprado um aparelho de tomografia, que chegou esta semana na unidade.
“Sabemos que a cidade precisa de leitos para atender a demanda provocada pela pandemia, por isso, prontamente, nos disponibilizamos a ajudar. Aceleramos as obras no novo hospital e compramos a tomógrafo, uma vez que o setor de UTI precisa desse suporte para o tratamento dos pacientes. Foi um investimento alto para atender a demanda da rede pública. Mas agora precisamos que a Prefeitura pague a dívida para que possamos cumprir com os nossos compromissos”, enfatizou o diretor.
Prefeitura responde
A Prefeitura informou, em nota, que “trabalha para acelerar o processo de consolidação de novos leitos direcionados aos casos de pacientes infectados pela Covid-19 em conjunto com entidades privadas. De acordo com o Plano de Contingência da cidade para combater o coronavírus, as próprias instituições privadas disponibilizaram seus leitos de UTI para serem utilizados pelo município. Vale ressaltar que esses leitos só serão utilizados caso haja necessidade”.
O governo municipal continua a nota dizendo que que “o valor citado de R$ 3 milhões é referente a ações judiciais individuais para internação de pacientes, nos quais o município é obrigado a cumprir. Destaque-se que esse pagamento é realizado por intermédio de arrestos judiciais na conta da prefeitura, o que não vem ocorrendo devido à paralisação temporária da justiça, por conta da pandemia do coronavírus. Somente este ano o município já pagou ao HCC quase R$ 6 milhões referentes a diversos processos judicializados”.
Por fim, o governo diz que “todas as ações tomadas e mantidas, até o momento, privilegiam a transparência e a assertividade no combate ao coronavírus. O foco principal é pautado na segurança e saúde de cada petropolitano diante do quadro endêmico, e que o momento é de união e parceria de todas as instituições para lutar e superar esse momento difícil que toda sociedade atravessa”.