Grupo Petrópolis: Justiça determina a soltura de sobrinhos de Walter Faria
A Justiça Federal do Paraná determinou a soltura de três alvos da 62ª fase da Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de propina disfarçada de doações eleitorais e operações de lavagem de dinheiro feitas pelo Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava. Cleber Faria e Vanuê Faria, sobrinhos do dono do grupo, Walter Faria, devem ser libertados ainda hoje, assim como Silvio Pelegrini.
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Apesar de o Ministério Público Federal ter pedido a conversão da prisão temporária dos quatro investigados para preventiva, a juíza acatou o pedido apenas para Maria Elena de Souza. Segundo a juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal do Paraná, “todos imputaram a Maria Elena a responsabilidade pela parte financeira do grupo econômico, o que pressupõe possuir a confiança de Walter Faria, sendo que já havia indícios de que esta era a responsável pela movimentação das contas no exterior, vinculadas inclusive às operações espúrias realizadas com o Grupo Odebrecht”. Maria Elena segue detida na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
As irregularidades são investigadas desde 2016, quando uma planilha com nomes de políticos e referência à cerveja Itaipava foi encontrada na casa do executivo da construtora Odebrecht Benedicto Junior. O Ministério Público federal, no entanto, contatou que as contas ligadas a Walter faria no exterior continuaram sendo movimentadas até este ano. A suspeita é que os executivos do Grupo Petrópolis tenham movimentado mais de R$ 300 milhões em contas no exterior.
A investigação aponta aí a ligação entre o Grupo Petrópolis e a Odebrecht. O primeiro garantia a troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior, assegurando, no Brasil, o pagamento, feito pela Odebrecht, de propinas disfarçadas de doações eleitorais.
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