• Greve dos bancários completa 30 dias e é a maior em 20 anos

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  • 05/10/2016 09:00

    A greve dos bancários completa hoje um mês de duração e entra para a história como uma das maiores do país. Hoje, a adesão chega a 56% em todo o Brasil, paralisando 13,24 mil agências e 29 centros administrativos. Tratando-se de tempo de duração, a partir de amanhã já será a maior greve dos últimos 20 anos, de acordo com dados apresentados pelo Sindicato dos Bancários de Petrópolis (Sindbancários-Petrópolis).

    De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior paralisação aconteceu há 55 anos, contando com grande adesão e exatos 69 dias de duração, até que um acordo foi feito. 

    Em Petrópolis, ontem, as agências do Santander, HSBC e Itaú permaneceram abertas. O banco Bradesco não abriu as portas. Já Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal não funcionam desde o início de setembro. 

    Desta vez, ainda não há nenhuma previsão de quando acontecerá uma negociação, porque o impasse entre a Contraf/Cut e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) parece não ter fim. 

    Na última reunião, que aconteceu na semana passada, o Comando Nacional de greve recusou a proposta de reajuste salarial mantida pelos bancos. Os trabalhadores reivindicam um reajuste salarial de 14,78%, dos quais 5% são de aumento real. A pauta inclui ainda participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales alimentação e refeição, e auxílio-creche/babá no valor do salário mínimo nacional (R$ 880).

    Hoje em dia, o salário dos bancários tem um piso de R$ 1.976,10 e R$ 2,6 mil para quem trabalha no caixa ou tesouraria. 

    A última proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi um reajuste de apenas 7% e um abono de R$ 3,5 mil, com aumento real de 0,5% para 2017. A proposta patronal foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários.

    “Temos que admitir que é uma situação completamente anormal. Nenhum setor da economia fica tanto tempo em greve sem atender minimamente o reajuste dos seus trabalhadores pela inflação. Seria até compreensível se fosse um setor com prejuízos. Mas, como os bancos vão explicar isso para os seus clientes e para a população. Eles ganharam rios de dinheiro, seus lucros são recordistas, então porque querem achatar os salários de seus empregados?” questionou Roberto von der Osten, um dos coordenadores do Comando Nacional.

    A greve foi fortalecida por mais de 100 sindicatos de todo o país, que fizeram assembleias estaduais e decidiram manter a paralisação, mobilizando mais funcionários da categoria. Até ontem nenhuma nova rodada de negociações havia sido agendada. 

    A Fenaban não se pronunciou sobre o assunto. 


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