• Gaymada Petrópolis: um espaço de lazer e ativismo a favor da diversidade

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  • 14/06/2020 14:45

    Para esses times a bandeira é uma só: a diversidade. O grupo Gaymada une uma famosa brincadeira da infância, a diversidade e o ativismo LGBTQI+. Há pouco mais de um ano promovem atividades esportivas, piqueniques, trilhas e principalmente criaram um espaço para lazer e identificação da comunidade LGBTQI+ na cidade.

    As opções de lazer para jovem em Petrópolis são poucas, para o público LGBTQI+ então, nem se fala. Inspirados nas Gaymadas que existem espalhados pelo Brasil, um grupo de amigos resolveu trazer para Petrópolis a iniciativa. “Eu conhecia eventos parecidos em cidades grandes tipo Rio e São Paulo, mas por aqui a gente não tinha nada. A gente tinha só festas a noite, esse tipo de coisa. Mas para a galera que não gosta de álcool, festas, de vida noturna, não tinha”, contou a advogada Isis Teixeira, uma das idealizadoras do grupo. 

    Ouça também:  Direto da Redação #15 – Mês do Orgulho LGBTQIA+

    Isis sugeriu a ideia para um grupo de amigos, e em março do ano passado aconteceu o primeiro encontro. A Gaymada reúne pessoas de todas as idades e principalmente de todas as letras: gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais, travestis, transgêneros, queer, intersexuais, e + quem quiser participar. Os encontros acontecem mensalmente no Parque de Exposição em Itaipava. E o melhor: não precisa saber jogar queimada para participar. 

    O Gaymada Petrópolis se reúne também para compartilhar experiências, debater assuntos da comunidade LGBTQI+ e questões pessoais. Quem participa, descreve o grupo como uma grande família. “O grupo que se formou na gaymada vai além da amizade, pra mim se tornou uma espécie de família. Estar em volta de pessoas que compartilham da minha luta, me respeitam e celebram quem sou é essencial pois não é em todos os lugares que isso acontece. Infelizmente hoje em dia ainda estamos expostos diariamente a lgbtfobia no trabalho, escola, faculdade, até mesmo em casa e chega a ser desesperador, é um sentimento de solidão intenso. A gaymada consegue me trazer esse sentimento de pertencimento, tem muito amor envolvido”, contou a estudante Carina Soares, de 28 anos. 

    Além das atividades esportivas, acontecem também os POCniques, no Parque Natural Municipal, no Centro, além de partilharem o lanche, acontecem rodas de conversa. Fazem excursões para shows, praia, paradas LGBT em outros municípios. Também criaram o POCsaventureiras, para quem curte fazer trilha e atividades ao ar livre. 

    “O grupo da Gaymada significa para mim um único local onde minha voz é ouvida, e um lugar descontraído para se fazer amizade e conhecer novas pessoas praticando vários tipos de esportes. Afinal não é em qualquer lugar que um gay afeminado se sente à vontade em praticar esportes diante da cultura do machismo que se propaga. 

    É de imensa importância, que nós como LGBTQ+ ocupemos espaços destinados a nós, já que na cidade, isso se mostra escasso, porque não é só apoiar, mas também lutar conosco”, disse o estudante Artêmio Damasceno, de 24 anos. 

    Pelas contas da Isis, mais de 200 pessoas já participaram dos encontros neste um ano. Durante esse período isolamento social o grupo faz chamadas de vídeo regularmente para manter o contato e se apoiar. “Pra mim a gaymada é um espaço novo, diferente de qualquer coisa que eu já tive oportunidade de viver. É um lugar/momento de testar e explorar a mim mesmo. Mesmo com toda a minha timidez eu me convidado a baixar a minha guarda e só existir. Na gaymada eu encontro justamente o tipo de pessoas que eu sempre quis ter por perto e sempre me esforcei pra ser. Eu costumo me sentir meio atrasado e travado, mas o pessoal da gaymada me ajuda a aceitar que está tudo ok”, contou o professor Iago Benvindo, de 27 anos. 

    O grupo tem perfis no instagram @petropolisgaymada e @pocsaventureiras, onde compartilham os encontros e uma forma de dar visibilidade e convidar mais pessoas.

     

     

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