• Gaape sofre há oito meses com a falta de repasses do Estado

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  • 17/08/2019 08:00

    Sem repasse de verbas há oito meses, profissionais do Grupo Amigos dos Autistas de Petrópolis (GAAPE) sofrem as consequências da intervenção do Governo do Estado na Fundação para a Infância e Adolescência (FIA). Os convênios com todo o estado foram suspensos em janeiro, por determinação do governador Wilson Witzel, para que fossem revistos, mas até agora a situação não foi regularizada. Pelo menos oito funcionários estão sem receber os salários desde o início deste ano.

    Márcia Loureiro, psicólogia fundadora do GAAPE. Foto: Bruno Avellar / Tribuna de Petrópolis

    A fundadora do GAAPE, Márcia Loureiro, explica que até agora os atendimentos não foram afetados porque mesmo sem receber os salários os profissionais são comprometidos e têm cumprido a carga horária. “Estamos no limite.  Os profissionais não faltam porque são comprometidos, mas não sabemos até quando vão aguentar. Vamos ter que criar situações para conseguir enfrentar essa situação. Mas os profissionais estão desmotivados, e estão cobertos de razão”, desabafa. 

    O GAAPE mantém outros convênios que garantem o pagamento dos outros profissionais, como o repasse que é feito pelo Governo Municipal. São 22 profissionais no total, entre fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos e fonoaudiólogos. O repasse da FIA é trimestral e fica em torno de R$ 16 mil. 

    A determinação da intervenção, publicada no Diário Oficial do estado no dia 10 de janeiro, foi uma medida solicitada pelo governador para que todos os contratos  e as contratações feitas em 2018 pela FIA fossem revistos. E determinava um prazo de 180 dias para que a auditoria fosse completada, mas até agora a instituição não teve nenhuma posição. Segundo Márcia, profissionais do Governo do Estado já visitaram o GAAPE durante este período, para verificar o trabalho que é feito na instituição. 

    Leia também: Gaape ainda aguarda repasses desde Janeiro de 2019 

    A instituição atende a 130 crianças e adultos com espectro autista. Desenvolve um trabalho com diversas terapias, atendimento multidisciplinar, neurologia, atividade de vida diária, reforço escolar, psicologia, inclusão digital, fisioterapia e fonoaudiologia, usando abordagem comportamental. Pais e responsáveis pelos usuários temem que os atendimentos sejam enxugados. Hoje, o atendimento que é feito individualizado pode passar a ser feito em grupos. “Sem receber, o número de funcionários poder ser reduzido, o que pode fazer com que o tempo de sessões também diminua”, disse uma mãe, que preferiu não ser identificada.  

    Funcionários e pais de assistidos pelo GAAPE chegaram a fazer um abaixo-assinado no início deste ano e entregaram no gabinete do governado Wilson Witzel pedindo que desse atenção a demanda do GAAPE, mas também não tiveram resposta. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos foi consultada sobre a situação da FIA, e em nota respondeu que a nova presidente da FIA foi nomeada nessa quinta-feira (15), e vai avaliar a situação.

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