• Frota de veículos também cresce em ritmo acelerado

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  • 29/04/2018 00:15

    Quem mora ou passa por Petrópolis sabe o quanto é difícil se locomover pelas ruas da cidade. Com vias estreitas e poucas alternativas para fugir do grande fluxo de veículos, o petropolitano perde grande parte de seu dia parado no trânsito. Seja para ir ao trabalho ou até mesmo num simples passeio, ninguém está livre dos congestionamentos. E com cada vez mais veículos nas ruas, a expectativa para os próximos anos não é das melhores. 

    Segundo um levantamento feito pelo Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran/RJ), a Cidade Imperial tem hoje uma frota de 167,8 mil veículos, mas esse número cresce rapidamente. Em apenas 12 meses, o aumento no número de veículos foi 2,5%, ou seja, 4 mil a mais. Os dados são assustadores e revelam que temos dez novos carros, motos, ônibus ou caminhões nas ruas da cidade a cada dia.

    Comparando com outras cidades, é possível perceber que a concentração de veículos nas ruas de Petrópolis é muito maior até mesmo do que a capital do Estado. Segundo dados populacionais do IBGE, a Cidade Imperial tem aproximadamente 295 mil habitantes, o que resulta uma média de 0,56 carros por habitante. Já o Rio de Janeiro, com 6,47 milhões de moradores, tem, em média, 0,47 veículo por pessoa. 

    E o resultado desses números é sentido diariamente pelos petropolitanos que se deslocam entre os bairros ou até mesmo entre ruas do próprio centro histórico da cidade. Em horários de pico, para cruzar toda a rua do Imperador, que tem um quilômetro, tem gente levando quase meia hora. E se o deslocamento for longo, a situação é ainda pior. O tempo médio gasto por viagem, pela linha de ônibus que liga o Centro à Posse, subiu de 1h20 para 2h nos últimos dois anos. A nova informação já consta até no próprio site da CPTrans. 

    O problema é que dependendo do dia e do horário, gasta-se muito mais do que duas horas nesse trajeto, de pouco mais de 45 quilômetros. “É insuportável vir a Petrópolis. Evito ao máximo justamente pelo tempo que gasto. Não é culpa do ônibus, nem da empresa, e muito menos do motorista. A questão é a falta de mobilidade urbana na cidade. É só uma rua para comportar todo esse fluxo, e não dá. Não tem como”, contou Daniela Fagundes, que mora na Posse, e procura “manter distância” do Centro de Petrópolis, como ela mesma definiu.

    Conforme relatado por Daniela, o problema dos congestionamentos pelo excesso de veículos não afeta somente a região central da cidade. Itamarati, Corrêas, Itaipava e até mesmo a própria Posse tem sentido o impacto dessa mudança. Em horários de pico, leva-se mais de 40 minutos para atravessar Itaipava pela Estrada União e Indústria, e o engarrafamento impacta até as saídas da BR-040 em direção ao Centro do distrito.  “Fica tudo engarrafado. Todas as saídas para Itaipava ficam paradas”, contou Daniela.

    A balconista Gabriele de Souza, que também mora na Posse e trabalha na Rua Teresa, sente os impactos desse problema diariamente. “É terrível. Não tem outra definição. Você precisa sair de casa mais de três horas antes do trabalho para não chegar atrasada. E se chega tarde fica toda enrolada. Aí tem que correr para voltar pra casa o mais rápido possível”, contou. 


    Faltam vagas em estacionamento

    Se de ônibus já é complicado, colocar o carro na rua pode ser pior. Com tantos veículos circulando fica difícil até achar uma vaga em estacionamento. “Quando venho de carro não consigo vaga. Não tem nem na rua nem nos privativos que  ficam na Avenida (Rua do Imperador). Aí eu tenho que parar o carro lá no Alto da Serra e descer a pé. É muito complicado”, completou Daniela. Mesmo com o aumento no número de vagas do estacionamento rotativo, a demanda ainda é grande. 


    Serviços centralizados congestionam mais o Centro

    Muitos têm se perguntado o motivo de tantos carros e motos circulando no Centro. Basta parar para pensar que essa região é a mais castigada pelos congestionamentos porque justamente ela concentra a maior parte dos serviços necessários para a população. Seja público ou privado. “Aqui em Petrópolis a gente precisa vir ao Centro para fazer tudo. Prefeitura, banco, pagamento de contas. E ainda temos grande parte das lojas aqui, então não tem muita alternativa a não ser encarar esse formigueiro”, explicou Daniela.

     

    Vias alternativas são opções para fugir do trânsito

    Com tantos carros nas ruas, e poucas ruas para circular, o jeito é procurar alguma saída para sofrer o mínimo de impacto com toda essa problemática de Petrópolis, que se repete em várias cidades brasileiras. E para fugir do trânsito, a solução é buscar vias alternativas, que muitos não conhecem, mas que representam a famosa 'mão na roda' de quem precisa. Ao sair da BR-040 para acessar o Centro, por exemplo, não é preciso passar pelas saídas tradicionais do Bingen nem por Bonsucesso. Pode-se acessar a o primeiro distrito pela Estrada da Fazenda Inglesa, no Moinho Preto, ou até pelo Rio da Cidade, passando pelo Sertão do Carangola. Para quem está no Centro e precisa ir para Corrêas, por exemplo. Uma alternativa é a Estrada da Saudade, passando depois por dentro de Samambaia, e pela Estrada Mineira. 

    Um outro caminho interessante é a Rua Professor Stroele, que liga o Retiro, pelo Quarteirão Brasileiro, até o Bataillard. Por lá é possível acessar a Mosela, e sem passar pelas vias arteriais, ainda pode-se ir para o Bingen, ou até mesmo a BR-040. Tudo isso sem passar pelo centro da cidade. 


    Ruas esburacadas desanimam o petropolitano

    São várias as opções de atalhos, mas o que desanima muita gente é a quantidade de buracos e a falta de manutenção viária. Grande parte dessas ruas alternativas são calçadas com paralelepípedos e recapeadas com cimento e asfalto, o que – com o tempo – deixa o pavimento num péssimo estado de conservação. “Eu não gosto muito dessas alternativas por dos buracos. É buraco pra todo canto. Isso sem falar dos quebra-molas sem pintura e das faixas apagadas. É horrível para dirigir, principalmente à noite”, contou a balconista Daniela. 



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