Frente Azul estima captar R$ 115 mil em 28 dias para honrar salários de jogadores

A Frente Azul lançou nesta semana, pelas redes sociais, uma nova campanha para levantar recursos com vistas a pagar o restante dos salários do elenco que jogou o Campeonato Estadual da Série B1. Através de um crowfunding, o comitê gestor do futebol profissional e do estádio Atílio Marotti espera levantar uma quantia significativa em 28 dias. O título do movimento é Camisa com História não Morre. Na ação, itens valiosos e pessoais do gestor da Frente Azul e jornalista Dudu Monsanto estão sendo colocados à venda.

Dudu Monsanto escreveu um texto no qual traz de volta a bem-sucedida campanha em 2016, quando lançou a venda de camisas e outros utensílios alusivos ao Serrano que contribuíram para o trabalho da equipe de futebol que, após anos na terceira divisão, conseguiu o acesso com a conquista do vice-campeonato estadual da Série C.

O motivo da campanha é bem claro: levantar R$110 mil reais até o dia dois de novembro. O dinheiro será empregado no pagamento de um mês de salário dos jogadores que disputaram a Segundona. Dudu Monsanto justificou o calote dado pela AJC Financeira no início do Campeonato Estadual, que comprometeu seriamente o planejamento financeiro para a temporada e com consequências que vão além das quatro linhas.

Pelo site do Kikante, será possível o torcedor colaborar com quantias variáveis e adquirir diversos produtos. Entre eles, uma coleção da Revista Placar e a camisa do Flamengo autografada pelos campeões mundiais em 1981. O atacante Marcelo Macedo, que foi diretor de futebol da Frente Azul, entrou na jogada e venderá camisas que vestiu ao longo de sua carreira, inclusive algumas com as quais trocou com adversários no Brasil e exterior.

Com dois dias após o lançamento, cerca de oito por cento do valor objetivado foi alcançado. A expectativa é positiva por parte da Frente Azul. Vale lembrar que o acordo estabelecido pela Frente Azul e Serrano irá até o ano que vem. Por conta dos contratempos ocasionados pelo calote da empresa ligada ao setor financeiro, o grupo gestor ainda não realizou um balanço oficial do que aconteceu ao longo de 2019, dentro e fora de campo.

O texto, escrito por Monsanto na campanha “Camisa com História não Morre”, será reproduzido aqui: “Em 2016, um crowdfunding foi o ponto de partida para a volta do Serrano FC ao futebol profissional. Três anos depois, o clube já subiu para a Série B1 e fez sua melhor campanha dos últimos quinze anos. Mas há pouco o que comemorar.

“A patrocinadora do time profissional, a AJC Group, não respeitou o contrato assinado e deixou de pagar 115 mil reais, dinheiro que seria usado para bancar os salários dos atletas.

“Com empréstimos e recursos próprios, conseguimos amenizar boa parte da dívida, mas ainda falta pagar o salário de agosto, que venceu no último dia 10, e o proporcional pelos 18 dias de trabalho em setembro.

Nosso honrado grupo de atletas fez sua parte em campo, deixando de lado todas as dificuldades. Fizeram seu trabalho com amor e comprometimento, e não merecem ser prejudicados pela falta de palavra de quem não respeitou o clube, sua torcida e sua história.

Vamos mostrar outra vez que Camisa com História não morre?

Conto com sua colaboração! Dudu Monsanto”.