• Flisi 2019 promove encontro com foco na cultura afro-brasileira

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  • 20/09/2019 15:30

    A Flisi 2019 – Festa Literária da Serra Imperial, marcada para acontecer em Petrópolis de 2 a 5 de outubro, em pontos históricos da cidade, está composta por uma programação variada com atividade baseada na Memória e Diversidade Cultural. No dia 3 de outubro, às 20h, haverá o encontro “A África é Aqui: Direitos e Demandas da População”, tendo como convidados a escritora e jornalista Eliana Alves Cruz e o historiador e escritor Luiz Antonio Simas. Ambos escrevem sobre questões afro-brasileiras, mostrando a potência da cultura que nasce nas ruas. Na ocasião, irão falar dos direitos da população negra, ameaçada pela atual conjuntura política Os interessados em participar devem realizar a inscrição através do site do evento.

    Luiz Antonio Simas vai abordar a participação de culturas oriundas da África para a formação da cidade do Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

    Na mesma noite, Luiz Antonio Simas fará o lançamento de seu livro “O Corpo encantado das ruas”, pela Civilização Brasileira. A obra recebeu 5 estrelas, cotação máxima da Folha de São Paulo, e foi a mais vendida de não-ficção de todas as editoras do Grupo Record na Bienal do Rio. O autor ganhou o Prêmio Jabuti de Livro de Não Ficção do Ano de 2016, pelo “Dicionário da História Social do Samba” (parceria com Nei Lopes) e foi finalista do Jabuti de 2018. “O corpo encantado das ruas” reivindica a riqueza dos saberes, práticas, modos de vida, visões de mundo das culturas que não podem ser domados.

    “A ideia deste encontro durante a Flisi é justamente debater a força de culturas oriundas das Áfricas para a formação da cidade do Rio de Janeiro. Sou um historiador das culturas de rua da cidade. Nesse sentido, é impossível falar do Rio sem investigar a marcante força de saberes e práticas africanas que se redefinem na diáspora: no samba, na capoeira, na culinária, nas sociabilidades das ruas”, diz Simas, que já esteve ao lado  lado de Eliana Alvez Cruz em outros debates.

    “Creio que este encontro em Petrópolis, uma cidade tão emblemática para nossa história no período imperial, promete trazer questões que não estão apenas perdidas no tempo, mas dialogam com o presente tão conturbado do Brasil em 2019. Creio possa trazer questões como ancestralidade, memória e os traços inequívocos da nossa herança africana de uma infinidade de povos que nos legaram música, filosofia, tecnologia, idioma, arte, crenças, medicina e muitos elementos que estão na nossa formação como povo. É interessante descobrir cada vez mais esta riqueza e buscar traduzi-la em ficção, em criatividade escrita”, coloca Eliana, uma mulher negra e escritora de romances históricos. 

    “O que me instiga é deslocar para o centro das tramas os personagens negros e negras, que habitualmente são tratados como secundários e periféricos na literatura brasileira. É um desafio grande trazer a dimensão humana destes personagens. Há uma riqueza de histórias e tipos humanos sub explorada pela nossa literatura. A África é aqui. Somos o segundo país mais negro no mundo, só a Nigéria está na nossa frente. Como é possível não ver este fato refletido nas letras nacionais?”, questiona a escritora, afirmando que há uma África muito antes da escravização. 

    “A escola e a mídia nos apresenta um continente sombrio. Não dão conta de apresentá-lo e tão pouco de identificar nele nossos pertencimentos. A arte pode cumprir este papel e, em especial, a literatura. Ela apresenta um oceano de possibilidade neste sentido”.

    Mais informações e a programação completa sobre a Festa Literária da Serra Imperial podem ser consultadas pelo site, ou nas redes sociais do evento @festaliterariadaserraimperial. 

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