• Fiocruz premia trabalhos de promoção da saúde do Fórum Itaboraí em Petrópolis

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  • 30/07/2019 11:14

    Dois trabalhos científicos produzidos pela equipe do Fórum Itaboraí-Fiocruz/Petrópolis, a partir de experiências na promoção da saúde no município, foram apresentados, reconhecidos e premiados na 1ª Conferência de Promoção da Saúde da Fiocruz, realizada neste mês de julho, na sede da instituição, no Rio de Janeiro. Apelidada de FioPromoS, a conferência recebeu, ao todo, 177 trabalhos de colaboradores da instituição, dos quais 12 foram premiados, segundo áreas temáticas e nas categorias oral e pôster. A Equipe do Fórum apresentou, ao todo, dois trabalhos orais e três pôsteres.

    “O uso da cartografia participativa para a identificação de áreas de vulnerabilidade socioambiental e promoção da saúde no município de Petrópolis” é o título de um dos trabalhos do Fórum Itaboraí agraciados. Trata-se de um relato da experiência do trabalho de delimitação territorial de conglomerados familiares de elevada fragilidade socioambiental, que vem sendo desenvolvido há um ano, em oito áreas de atuação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no município. Incorporada pela equipe social do Fórum Itaboraí no diagnóstico rápido participativo (DRP), em curso desde 2017, o trabalho tem desenhado, com a participação dos agentes comunitários de saúde e da população local, os mapas que retratam a realidade da determinação social da saúde daquelas comunidades.

    De acordo com Caiett Genial, geógrafo da equipe do Fórum Itaboraí, foram realizadas 23 travessias (caminhadas pelo território) nas oito áreas piloto de atuação das ESF. “Esta experiência possibilitou um conhecimento mais profundo dos territórios, intensificou a organização comunitária e a integração entre agentes públicos e sociedade civil, apontando áreas de potencialidade e referência, áreas de vulnerabilidade social e de risco ambiental”, explica o geógrafo. “Após o levantamento participativo de dados em campo, produzimos mapas que voltaram a ser analisados pela comunidade, em reuniões devolutivas, antes da versão concluída. Estes mapas também foram apropriados pelas equipes locais da Saúde da Família como instrumentos para trabalhar temáticas específicas e fortalecer os trabalhos de promoção local da saúde”, conclui Caiett, recomendando que esta tecnologia social tem potencial de ser incorporada nas rotinas de atuação das ESF em todo o país.

    O outro trabalho premiado revela o uso do Teatro do Oprimido (TO) como uma técnica de expressão popular e ferramenta de mobilização social para as práticas de saúde nos territórios. Criado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, o TO visa democratizar os meios de produção teatral e proporcionar a transformação política e social das condições opressivas vivenciadas pelas camadas mais desfavorecidas da população. “A partir de jogos e técnicas artístico-teatrais um grupo comunitário de atores apresenta uma realidade opressora por eles vivenciada. Esta opressão é compartilhada e dialogada entre os atores e a plateia, através do teatro fórum. E é a partir desta relação participativa, das reflexões que emergem neste campo, que são construídos possíveis caminhos para aquele problema apresentado”, explica Janaína Santos, responsável pelo TO na equipe do Fórum Itaboraí.

    A experiência de TO apresentada na FioPromoS foi a peça “Lixo nosso de cada dia”, montada em conjunto por profissionais que integram as equipes da Atenção Básica e de Assistência Social, das respectivas secretarias municipais de Petrópolis, nas mesmas oito áreas de atuação da Estratégia de Saúde da Família no município. Segundo Janaína, o lixo foi evidenciado pelo diagnóstico rápido participativo como um problema relevante e transversal nestes territórios. Neste contexto, a peça reproduz cenas comunitárias reais e propõe um diálogo envolvendo moradores e agentes públicos a respeito da responsabilidade pela gestão local do lixo.

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