• Fim do atendimento odontológico no HAC

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  • 20/03/2018 08:50

    Dezenove mil pacientes. Este era o número de pessoas cadastradas na unidade odontológica Dr. Lírio Fassano, no Hospital Alcides Carneiro em Corrêas, inaugurada em 15 de maio de 2000, e que foi fechada sem aviso prévio no dia 8 deste mês. Todos os pacientes que estavam com consulta ou procedimento agendados foram transferidos para Posto de Saúde (PSF) do Itamarati, que já contava com um espaço voltado para tratamentos odontológicos. Mulheres grávidas, pessoas com deficiência, idosos, entre outros, se manifestaram contra a medida e questionaram a transferência da unidade para um bairro distante.

    Os oito profissionais, entre radiologista, dentistas, técnicos, e clínicos, foram redirecionados para outras unidades, como o PSF do Itamarati, entre outros. A unidade realizava em média 52 atendimentos por semana e, por isso, a maior preocupação é que o público atendido na unidade odontológica do HAC não tenha condições de se deslocar para outros postos da cidade em busca de atendimento. Vale ressaltar que, para conseguir realizar procedimentos mais complexos como canal, por exemplo, é necessário passar por uma avaliação em unidades como a que foi fechada.

    “Isso vai prolongar ainda mais o tempo de espera de quem busca esses tratamentos. Sendo mais difícil de chegar nas unidades de bairros vizinhos, essa mudança pode provocar a interrupção do tratamento dentário de quem não tem condições de ir até outros locais. É uma questão grave de saúde e que pode provocar diversos problemas e atrapalhar estudantes e pessoas que já tinham dificuldade de horário para conseguir marcar essas consultas”, disse uma ex-funcionária do local que preferiu não se identificar.

    Quem já foi atendido na unidade afirma que os tratamentos eram de qualidade, assim como a organização do espaço. “Era uma unidade que de fato funcionava na prática! Não levávamos muito tempo para conseguir agendar consultas, os funcionários tentavam nos arranjar horários compatíveis com o nosso dia a dia, claro que dentro da possibilidade deles, e os tratamentos em si sempre foram ótimos. Eu fui atendida lá e quando era responsável pela saúde das crianças do Lar de Crianças Nossa Senhora das Graças cheguei a levar até cinco crianças por semana lá para serem atendidas. É uma pena que tenha fechado e não tenho dúvidas de que isso prejudicará muito a comunidade como um todo”, lamentou a assistente social Bianca dos Santos Malher. 

    A unidade odontológica do HAC possuía um espaço direcionado especialmente para as crianças e pessoas com deficiência que precisam de atenção especial durante o tratamento, principalmente as com problemas intelectuais. “Era um espaço ótimo e com profissionais de alto nível, que também foram avisados apenas no dia que não precisariam mais retornar pois o serviço estava sendo encerrado”, afirmou a ex-funcionária. 

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