• Falta de soro antiofídico põe em risco vida de jovem picado por uma cobra

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  • 06/03/2018 10:45

    A falta de soro antiofídico complicou a vida de um jovem de 21 anos, picado por uma cobra, na semana retrasada, em Araras. Sem o antídoto na cidade, o rapaz teve complicações e precisou ficar uma semana internado no hospital. 

    O acidente aconteceu na sexta-feira, 23 de fevereiro. Lucas dos Santos foi picado no pé por uma jararaca, enquanto ajudava o funcionário de uma operadora de telefonia a passar um fio em meio a uma área de vegetação, no sítio onde ele mora, em Araras. O local fica próximo a uma área de mata fechada, onde é comum esse tipo de réptil. 

    Após ser atacado, Lucas foi levado pelo pai até o Destacamento do Corpo de Bombeiros de Itaipava, a mais de 20 quilômetros do local. Lá, os militares encaminharam o jovem para a Unidade de Pronto Atendimento do Centro, onde seria feito o tratamento necessário. No entanto, ao depois de esperar por várias horas na unidade, por volta de 16h, a família foi informada de que não havia soro antiofídico no local, e por isso o jovem precisava ser transferido para outra unidade. O soro é necessário para neutralizar o veneno e permitir a reação do organismo do paciente ao veneno. Por volta de 17h, o rapaz foi transferido para o Hospital Municipal Nelson de Sá Earp, no Bingen. “O atendimento foi bom, mas ele precisava do soro. E justamente pela falta dele o meu filho começou a sofrer muito”, explicou a mãe, Maria Aparecida dos Santos, que é caseira no sítio onde Lucas foi picado.

    Preocupada, Aparecida foi informada que uma equipe tinha ido a Niterói buscar o soro, mas que não era possível estimar o tempo de chegada à unidade. “Ficamos desesperados com isso tudo. O meu filho quase morrendo, colocando sangue pela boca. Tivemos que colocar guardanapo na boca dele para ver se parava de sair sangue. Ficamos em pânico com aquilo que vivemos. Foi muito ruim”, explicou a mãe, que disse ainda que foi preciso uma transfusão para que Lucas conseguisse estancar a hemorragia. “Ele teve que receber plaquetas”, informou.

    Somente por volta de 19h, no início da noite, o soro antiofídico chegou. Mas, segundo a família, o quadro do paciente já não era tão simples. Por conta do ocorrido, com a demora na chegada do antídoto, que deveria estar disponível na rede do município, Lucas precisou ficar internado, e só teve alta na última sexta-feira, uma semana depois.

    “ Teve que ficar uma semana internado. Não trabalhei, não pude atender aos meus patrões, para ficar com ele. Ficamos desorientados. E não dependia da gente. Eu não podia ir na farmácia. Hoje liguei para a UPA e perguntei se tinha soro e ela falou que só tem um frasco. Continuamos no sítio e não sabemos o que fazer no caso de necessidade. Precisamos andar a pé, e estamos expostos a riscos”, desabafou a mãe, aliviada pela recuperação do filho, e preocupada com a falta de soro na cidade.

    A falta de soro antiofídico tem sido um assunto polêmico não só no Estado do Rio de Janeiro como também em outras unidades federativas do país. No ano passado, municípios do Sul fluminense foram afetados pela escassez. Resende, Angra e Parati foram os mais afetados.

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