• Falta de coleta de lixo gera caos em Petrópolis

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  • 05/01/2017 18:17

    A cada hora a situação do lixo em Petrópolis fica mais caótica. A Locar, que presta serviço de saneamento ao município, paralisou as atividades na última quarta-feira, mas em alguns bairros o caminhão do lixo não chega há duas semanas. 

    A comunidade 24 de Maio, no Alto da Serra, é um desses lugares. Por lá não há coleta de lixo desde o dia 26 de dezembro. “Amanhã (hoje) faz dez dias que o caminhão não recolhe essa lixarada aqui na Vinte (24 de maio). Moramos numa ladeira enorme, que quando chove desce muita água e leva tudo lá para baixo. Imagine só a quantidade de bicho e sujeira que tem nesses montes de lixo? Pois é, quando chover forte mesmo vai descer tudo lá para baixo e essa água suja vai parar lá na Rua Teresa. Só assim para alguém fazer alguma coisa”, disse Edivalda Martins, de 56 anos. 

    Já no início da rua 24 de Maio é possível ver os sacos com resíduos domésticos na beira da rua. No meio da ladeira há muita sujeira e uma pilha enorme de lixo misturado ao entulho, onde o mau cheiro acaba invadindo as casas, que são bem próximas umas das outras. “A gente fica sem saber como devemos agir. Se deixar o lixo dentro de casa eu corro risco. Se deixar na rua todo mundo corre risco, mas se todo mundo resolver não botar o lixo para fora vai virar um lixão do mesmo jeito. Está difícil isso aqui. Queremos que o governo nos represente e coloque ordem nessa 'bandalheira'”, completou Edivalda. 

    Na Comunidade do Gulf, na Coronel Veiga, a situação não é diferente. Montanhas de lixo estão em cada canto das ruas do bairro. A aposentada Alverinda Souza, que mora há 30 anos no bairro, que costuma colocar o lixo na porta de casa no dia da coleta, pendurou tudo no seu portão, e já não há mais espaço para mais lixo. “Meu Deus, onde vamos colocar todo esse lixo? A Prefeitura precisa dar um jeito. Faz tempo que isso não acontece. Abandonaram o nosso bairro e abandonaram a cidade toda”, disse. 

    Em frente à casa dela o lixo verde cortado pela Comdep há mais de um mês já entrou em decomposição e as sacolas foram rasgadas. Até hoje ninguém recolheu, diz ela. 

    Depois do anúncio feito pela Locar, da suspensão dos serviços na cidade, alegando uma dívida de mais de R$ 11 milhões do município, o novo governo anunciou a contratação imediata e emergencial de uma nova empresa para fazer a coleta. Enquanto isso, em alguns lugares, caminhões da Comdep recolheram parte do lixo, como foi o caso da Posse. “Graças a Deus eles tiraram essa sujeira da porta de casa. Veio uma pá mecânica com um caminhão e dois homens da Comdep. Eles limparam tudo”, disse Luiza Rampini, moradora da região.

    A Tribuna questionou a Prefeitura sobre as providências a serem tomadas para resolver a situação do lixo, que pode se tornar um problema de saúde pública, e também perguntou sobre a contratação da nova empresa para a coleta. No entanto, até o fechamento desta reportagem o órgão não se manifestou. 


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