• Faça o que eu não faço

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  • 18/06/2016 14:00

    A Câmara dos Deputados em Brasília aprovou, no início de junho de 2016, 14 projetos de reajustes salariais para servidores dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e para a Procuradoria-Geral da República, além de militares. Apesar das reclamações da população em geral, o líder do governo de Michel Temer, defendeu as correções salariais sob o argumento de que os aumentos estão previstos no Orçamento de 2016.

    A aprovação desses aumentos se dá em um momento em que o governo prevê um rombo de cerca R$170 bilhões nas contas públicas para 2016 e pode gerar impacto de mais de R$50 bilhões nos próximos quatro anos. O orçamento foi claro: previu que não haverá dinheiro, mas mesmo assim se mantiveram os aumentos.

    Todos nós vivemos do nosso orçamento familiar. Nossas empresas vivem em função de seus orçamentos empresariais. Se quaisquer um desses, quando feito, apresentarem um valor negativo, significa que é previsto gastar mais do que se estima receber. O que é feito: imediatamente cortamos o orçamento. Isso significa que vários gastos previstos serão cortados e não serão realizados para que as receitas previstas suportem todas as despesas.

    Se isso não for feito, teremos que conseguir dinheiro emprestado para conter o rombo. Não é essa a nossa dinâmica de vida? Particular ou empresarial?

    Mas, o exemplo que vemos do nosso governo, vai na contramão do senso comum. Orçamentos, justamente, são feitos com antecedência, com simulação de receitas e despesas para que não haja sustos quando o mesmo for executado. Se as despesas são maiores que a receita, imediatamente as cortamos do orçamento. Pois, infelizmente, não temos a máquina paraguaia de fazer dinheiro.

    Mas o governo não faz isso. Vai contra as normas naturais. Apesar de o orçamento mostrar o rombo, é mantida a despesa futura. Se ela é mantida, é por que vai ocorrer. Logo, será preciso receita para cobrir tal rombo. E é nessa hora que o governo faz uso da sua máquina paraguaia de fazer dinheiro: nós seremos essa máquina. Haverá aumento de impostos e o famigerado CPMF.

    Eu realmente não consigo entender quando vemos o slogan do governo: Brasil, pátria educadora. Que educação é essa? Não faça o que ela faz. Não faça o que ela diz. A famosa educação pelo exemplo que aprendemos com os nossos pais não existe no Governo. Difícil é educar nossos filhos com esse espelho. 

    mairom.duarte@csalgueiro.com.br

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