• Era do unicórnio

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 22/01/2020 12:00

    Belos personagens foram presenteados à Humanidade pela cultura antiga. O unicórnio é um deles, belo, majestoso, de presença certa entre os grandes seres mitológicos, como um soberano, porque equino coroado no centro da testa com um chifre em espiral, coroa real pontiaguda, rijo apêndice para desferir marradas e abater inimigos.

    Mas, vamos lá: é um cavalo com chifre. E cavalo – todos sabem – é um animal nobre, elegante; um apêndice da criatura humana nos tempos anteriores aos veículos tracionados por vários engenhos. Mas, um apêndice.

    Se existiram, no planeta, unicórnios, avançam pesquisas e estudos. Enquanto isso, o imaginário borda com fitilhos coloridos as crinas e os chifres desse ser maravilhoso.

    Seria o unicórnio um parente do rinoceronte, pesado perissodáctilo, de cuja estrutura geral copiaram os exércitos os tanques de guerra? Mas, aí, somente pelo chifre no meio da testa, que no rinoceronte denominam corno, nada mais, porque o conjunto desse pesado bólido animal, difere bastante do unicórnio, já declarado de beleza equina majestática.

    Pois, então, aí vamos para enfeixar o título da crônica no objetivo que a determina: a era do unicórnio, a era na qual estamos inseridos, no meu entendimento, é claro. “Sigam-se os que forem brasileiros!” – com licença de nossa história e vultos militares.

    Vivemos na era do unicórnio, um mito… porque mito total é nosso país, sua política, seus políticos. Existem tantos beócios comandando, que são criados, a cada segundo, chifres nas testas da maioria. E chifre na testa de cavalos não existe! Então, fiquemos com Ricardo III: “- Meu reino por um cavalo!”.

    Sem comparar alguns políticos com cavalos – porque os equinos não merecem – vivemos flanando nos jardins da mitologia, na crença de que tudo está normal e marrando o povo com chifradas.

    A última chifrada, lamentável, foi a exumação, via boquirrotice, de um monstro sepultado no esquecimento mundial, ressuscitado por um titular do governo brasileiro, dando arma, botando lenha no fogo, acendendo os pavios da oposição nacional e causando horror no restante do mundo.

    E espocam perguntas: Onde mora esse indivíduo? No planeta Terra? Ele conhece história? E, gatuno, ele já ouviu falar em direito autoral! Sabe o que significa um ano de eleições?

    Opino: o que fez nem ele sabe o que foi; o que foi nem ele sabe o que fez; e o carrossel vai girando bêbado e inconsequente, na liberdade democrática conferida a tipos como ele.

    Em conclusão, pode-se afirmar que o cidadão ex investido na cultura, como unicórnio desleixado, pespegou tremendo par de coices no projeto redentor que se tenta implantar no país, realimentando as velhas forças ocultas e, agora, também criando as beócias.. 

    Últimas