• Entulho público

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  • 19/02/2020 14:29

    É preciso vasculhar, procurar, apurar, correr atrás, dos trabalhadores que jogaram – leia-se: depositaram – cerca de 30 toneladas de entulho no telhado do Terminal Centro, da antiga estação ferroviária da Leopoldina Railway, hoje servindo para terminal da malha municipal do transporte coletivo petropolitano. 

    Pensemos juntos, nós que acompanhamos por quase um século, a evolução do município, onde não faltam leis, resoluções e tudo o mais atinente, coladas como canga pelas fiscalizações no pescoço dos munícipes usuários das áreas particulares e comuns, basbaques na indagação: – entulho de obra pública pode ser “guardado” na construção que o gerou no lugar de ser defenestrado como manda a lei e a madre superiora do bom senso? 

    Aliás, o vocábulo canga está aqui muito bem aplicado, porque o cidadão residente que joga entulho nas calçadas, nos terrenos baldios ou não, nos frágeis telhados e marquises cheias de rachaduras e enervantes goteiras leva notificações, sofre multas, fica apertado em prazos para consertar o malfeito. 

    “Tá bom”, mas o poder público pode livrar-se do seu entulho no escurinho do telhado, por exemplo? Na outra face do imbróglio, temos a cidadão que não está nem aí para nada e coisa nenhuma e que no uso do estado de necessidade, cria moradias de elevados riscos gerais, onde o entulho seco é benéfico e até pode servir para tapagem dos buracos – que também podem ser crateras – existentes nas vielas, ruas, beerres – vê ai se o carro consegue passar ou se as crianças estão brincando dentro dos esgotos a céu fechado ( por aqui é mais fechado do que aberto) – e vamos em frente andando para trás.

    A culpa de tudo é da má política, dos maus políticos, dos gananciosos, dos perdulários, dos sem qualquer interesse na saúde do próximo e sem cuidar de ser um cidadão comunitário, com direitos e deveres garantidos por leis… Mas, voltando ao entulho do telhado, num prédio ameaçando esfarinhar-se, pensem os senhores no perigo desse entulho ter desabado, com marquises e telhados juntos, na cabeça dos usuários esperando os ônibus, almoçando no restaurante, tomando um cafezinho, tirando carteira de identidade? 

    Gente levando pias, vasos sanitários, bidês, garrafas, armários, madeiras, blocos de concreto, latas, garrafas, tijolos, telhas, pedras… nas cabeças, troncos e membros? Quem largou o entulho pensou nisso? E por que largou para trás? Não recolheu ao lugar apropriado? E aonde estava a fiscalização na entrega da obra? É. Acontecem coisas de arrepiar espinhos de ouriços-caixeiros, quando entra o serviço público, que deveria ser referência, mas que, infelizmente… Ah! Chega! Por favor, limpem tudo, retirem o entulho antigo e, por favor, não o substituam por novo, por que um dia – no futuro – ele estará tão velho como esse e pode desabar.. 

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