• Entidades dos principais setores da economia cobram do governo federal medidas para socorrer empresas e trabalhadores

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  • 27/03/2020 21:19

    O discurso em rede nacional do presidente Jair Bolsonaro, condenando algumas medidas de restrições impostas por governadores e prefeitos para conter o aumento dos casos do novo coronavírus, levantou a questão do isolamento social. Representantes das entidades dos principais setores de economia de Petrópolis entendem a necessidade das restrições, mas reforçam que as medidas devem ser acompanhadas de ações concretas do governo federal para ajudar financeiramente as empresas e trabalhadores.

    “Entendemos a necessidade de fazer a contenção do vírus, mas a expectativa dos empresários também é com a retomada das atividades. A nossa preocupação é com os desdobramentos disso, o tempo que essas restrições podem levar e quais serão as consequências disso. Algumas empresas já falam em demissões e o governo federal precisa ser mais enérgico e apresentar propostas que vão auxiliar as pequenas e médias empresas neste momento tão delicado”, comentou o presidente do Sicomércio, Marcelo Fiorini.

    Leia também: Sicomércio pede a isenção dos aluguéis das lojas até controle da pandemia de coronavírus

    O comércio é um dos setores que mais emprega na cidade, no entanto, devido à crise econômica dos últimos anos, o setor vem sofrendo com demissões e fechamento de lojas. “Precisamos manter os empregos e para isso o governo federal tem que apresentar soluções e ajuda concreta, como aconteceu em 2011, depois da tragédia das chuvas, quando ofereceram uma linha de crédito para os empresários”, lembrou Fiorini.

    Um dos pontos do comércio mais conhecidos da cidade, o polo de moda da Rua Teresa, também teve restrições no atendimento como forma de combate ao avanço do coronavírus. Em nota, a Associação da Rua Teresa (Arte) informou que “vem cumprindo todas as determinações de fechamento do comércio estipuladas pelo decreto e que vai continuar coloborando para as medidas isolamento social que forem determinadas pelos governos municipal e estadual”.

    Outro principal setor da economia da cidade é o turismo, que emprega aproximadamente 70 mil pessoas de forma direta e indireta. O segmento é responsável por cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) anual de Petrópolis. As medidas de restrições afetaram em cheio o setor e o movimento caiu quase que 100%. Hoteis e pousadas estão abertos, mas quase todas as reservas foram canceladas.

    “O isolamento é importante como forma de prevenção. Mas a reabertura dos estabelecimentos de forma gradual e organizada também precisa acontecer”, disse o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PCVB), Samir El Ghaoui. “Frisamos que não há resposta pronta ou solução fácil nesse caso. Porém, sob o risco de a economia sofrer perdas irremediáveis, visto que algumas empresas já estão dispensando seus funcionários e muitas outras irão fazer isso nos próximos dias, estamos empenhados em buscar junto aos governos a elaboração de medidas que visem reduzir os fortes impactos”, ressaltou Samir.

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