• Empresários petropolitanos buscam se reinventar para driblar a crise

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  • 13/11/2016 08:00

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE) divulgou números nada favoráveis para o comércio nesta semana. Segundo a entidade, o setor recuou 1% em volume de vendas no mês de setembro. Em Petrópolis, os números têm refletido em lojas fechadas: menos 40%. E, consequentemente, aumento do desemprego. Mas, se por um lado há um cenário não muito favorável, por outro existem empresários investindo em inovação e garantem que é possível crescer em meio à crise econômica que o país enfrenta. 

    Rafael Corrêa tem quatro lojas em Petrópolis no segmento de moda íntima: duas na Rua Teresa, uma na Galeria Gelli e uma no Bingen. Manter o negócio ele afirma que não é uma tarefa fácil, mas mesmo em um cenário como o que o setor viveu em 2016 conseguiu permanecer competitivo, sem demissões e sem prejuízo. Para isso, teve que adequar a produção, investir em publicidade e propaganda e também em eventos a fim de chamar a atenção dos clientes. Há mais de duas décadas no ramo, destacou que percebeu a hora de mudar e teve que se reinventar. 

    O comércio na cidade realmente passou por uma mudança significativa nos últimos anos. Se antes o atacado era o que movimentava os polos de moda, hoje ele já não tem mais o mesmo impacto. É o varejo que está mantendo o fluxo de vendas. “Antes vendíamos para as sacoleiras que vinham comprar as mercadorias e saíam com grandes bolsas pretas cheias de roupas. Em 2011, esse movimento ainda era intenso. Hoje, isso mudou. Tivemos, inclusive, que investir em embalagens, que é o que o varejo pede”, declarou.

    Ao todo, ele mantém 15 empregados e contou que a loja vitrine e a que mais vende é a da Galeria Gelli, por conta do ponto estratégico, localizado no centro da cidade. Atualmente, ele disse que a maior parte da produção é feita com o apoio de confecções, mas os modelos são criados dentro da Formosura com a ajuda de uma estilista. Revelou ainda que quatro anos atrás produzia as peças, mas parou por conta dos custos altos. “Agora temos a ideia e levamos para alguém fazer”, contou. Toda a matéria-prima também é comprada em diferentes estados do país. 

    Segundo o empresário, houve queda de movimento e das vendas, mas quando percebeu que a economia estava enfraquecida diminuiu a produção, mas não precisou tomar medidas drásticas e conseguiu manter o quadro de funcionários. Além disso, contou que a maior parte dos clientes é de Petrópolis, por isso não depende tanto da vinda de turistas. As conversas com o público interno, cadastro dos clientes, investimento em qualidade e eventos com música e apresentações de modelos vivos também fazem parte da série de ações desenvolvidas pelo empresário para driblar a crise.

    No comércio há 42 anos, Miguel Ribeiro Teixeira disse que o país nunca enfrentou uma crise tão grave como a de agora. E por conta desta situação vai ter que se reestruturar. Ele tem uma loja na Rua 16 de Março voltada para os públicos feminino e masculino e, para se manter no mercado, também vai ter que se reinventar. Por isso, pretende mudar o estabelecimento de lugar e direcionar o público-alvo apenas para o feminino. “As vendas começaram a cair em 2014, foi acentuando e hoje está impraticável”, comentou. 

    Miguel também revelou que vai investir em uma padaria que será montada onde, atualmente, funciona a loja. Segundo ele, a falta de demanda piorou muito em 2016 e, para não demitir os três funcionários que emprega, resolveu mudar o posicionamento estratégico. Assim mantém os colaboradores da loja e, com a padaria, deve abrir mais 12 postos de trabalho. Os planos são para 2017. 

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