• Empresa petropolitana rompe fronteiras e conquista mercado com tecnologia contra crimes virtuais

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 15/07/2019 10:25

    “Vivemos um mundo novo”. Com esta frase, o empresário e especialista em cyber segurança, Airton Coelho, responde a uma indagação do repórter da Tribuna sobre a segurança da informação em rede. Os trilhões de megabytes que diariamente circulam pela internet são informações sobretudo que as pessoas possam ou não imaginar: desde dados pessoais, transações bancárias, conversas privadas até as frivolidades, papo entre amigos e tudo mais. Essas conversas estão seguras nesse ambiente?

    Airton e seu sócio, André Alo, têm uma das maiores empresas do segmento de defesa cibernética do país e ela está confortavelmente instalada no prédio do Bauhaus Expansão, no quinto andar. Ela se chama Future Tecnology. O local ocupa várias salas e possui o que há de mais moderno sobre o tema no país. Ali se produz o que há de mais moderno na ciência da computação e possui na sua cartela de clientes desde pequenas empresas privadas até estatais consideradas chave para o Governo Federal. 


    Após a divulgação de conversas do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, com procuradores da Lava Jato – feitas pelo site The Intercept -, foram supostamente criptografadas por um hacker através do aplicativo Telegram, o assunto segurança voltou a ocupar as manchetes dos jornais. Inevitavelmente, vem a pergunta: Afinal, estamos seguros em um ambiente de rede? A resposta pode ser um sim ou não. Tudo dependerá com o que a pessoa está lidando, ou as empresas que despertam interesses em criminosos virtuais.

    Esse “mundo novo em que vivemos”, de acordo com Coelho, é uma realidade com a qual todos devem se preocupar. E sobram razões para isso, já que existem casos em que indivíduos e empresas perderam milhares de dólares com ataques cibernéticos. Essa ofensiva criminosa, inclusive, pode ser usada até mesmo por governos que possuam interesses em desestabilizar uma nação inimiga. Um exemplo crasso disso foi em 2009, quando o vírus Stuxnet, supostamente criado por engenheiros israelenses com colaboração americana no complexo científico de Negev, infectou usinas nucleares do Irã. A praga teria danificado as centrífugas que geram energia e causou atrasos no programa nuclear do país persa.


    “Na realidade, o elo mais fraco nessa corrente é a pessoa comum. Não existe hoje uma cultura de segurança na informática e o indivíduo acaba sendo hackeado sem ao menos desconfiar do que o atingiu. Quando chega o prejuízo, já é tarde demais. As pessoas precisam entender mais sobre a cyber segurança, já que o tempo de inocência acabou. Vivemos num mundo novo, onde desde um indivíduo qualquer até as grandes corporações estão sujeitas a ataques de todos os tipos, causando problemas de toda a ordem”, explicou o especialista.

    Embora o Brasil, na opinião do cientista petropolitano, esteja ainda atrás em relação às grandes nações do mundo no campo da cyber segurança, o mercado está aquecido.  Motivos para isso são vários, a começar pelo roubo de dinheiro que muitas instituições financeiras sofrem com frequência. O assunto foi longamente debatido no Fórum Econômico Mundial, no início do ano, em Davos, na Suíça, onde o encontro listou os cinco principais problemas a serem enfrentados no campo da economia. Dois deles estão ligados aos crimes cibernéticos. Os números apresentados hoje e até 2021 são de fazer qualquer endinheirado perder o sono, pois em 2017 a perda ficou em US$ 1.750  bilhões e para daqui a dois anos o buraco poderá aumentar para a casa dos US$ 1,50 trilhões.

    Contra os criminosos, a defesa e proteção dos negócios do país – A Tribuna visitou a  Future Tecnology para conhecer como se dá o funcionamento e a proteção dos clientes da carteira da empresa. Em alguns poucos departamentos, porém, o jornal não teve acesso por conta de contratos feitos com os clientes sobre o sigilo de informação. De qualquer forma, é possível ver o alto grau de tecnologia utilizada na proteção de dados, nada a dever aos grandes centros nacionais especializados no assunto.

    Com 60 funcionários, a Future Tecnology – criada em 1997 – trabalha 24 horas no monitoramento dos estabelecimentos conveniados, sendo que entre os clientes estão firmas públicas e privadas que fazem negócios diários na casa dos milhões. Portanto, a segurança é primordial. A estrutura oferecida é impressionante e possui o que há de mais moderno no mercado, sem dever nada até mesmo às instituições que cuidam da cyber segurança internacionais. 

    Tanto André como Airton ressaltam que as pessoas comuns e empresas podem evitar   prejuízos por conta do ataque de hackers, com medidas simples. Ambos exemplificaram o phishing – é a mais comum ação de criminosos cibernéticos que capturam seus dados e podem até pedir valores de resgate a partir do acesso às suas informações   sigilosas. “É uma espécie de ´sequestro´ em que se pede um resgate em dinheiro para não lhe prejudicar. Tivemos um cliente nosso que passou por isso e precisou pagar a quantia”, comentou Coelho.


    Sobre a recente Lei de Proteção de Dados, que a partir de agosto de 2020 vai endurecer as regras para quem tiver suas informações vazadas por hacker ou por funcionários nas empresas, André Alo explicou que os estabelecimentos que retém  esses dados pessoais de seus clientes estarão sujeitos a multas pesadas caso sejam comprovados que houve roubo de dados. 

    “Toda empresa tem um banco de dados de clientes e colaboradores. Esse mecanismo que protege os dados terá que ser ainda mais bloqueado contra ações maliciosas de criminosos virtuais. Se um dado for vazado, a empresa será responsável por isso e vai responder na justiça. A Petrópolis Tecnology já se antecipou a isso e promovemos palestras e orientações não apenas aos nossos clientes, mas a instituições públicas e privadas interessadas no tema”, finalizou André.  

    Últimas