• Em meio a pandemia, profissionais da saúde das UPAs e do HAC estão trabalhando com salários atrasados e falta de insumos

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  • 02/07/2020 18:30

    Parte dos profissionais da saúde contratados pelo Serviço Social Autônomo Hospital Alcides Carneiro (Sehac), que trabalham no HAC e nas UPA’s, estão com pagamentos atrasados enfrentando problemas em função da falta de alguns insumos nos postos centralizados de atendimento a pacientes com sintomas de Covid. Internamente, a alegação, até agora, era que o governo municipal aguardava o repasse do Governo do Estado para financiamento das UPAs para pagar os salários, mas nesta quinta-feira, em resposta à Tribuna, o Município garantiu que já começou a regularizar os pagamentos e que todos os funcionários devem receber até amanhã (3).

    “Estamos sem saber o que fazer. Deveríamos ter recebido no dia 20, mas, até agora, nada, lamentou um funcionário. Outro diz que há problemas sérios no funcionamento das unidades. Ele cita aparelhos de pressão e oxímetros quebrados e monitores cardíacos com problemas. “Os profissionais têm levado de casa seus próprios aparelhos, para garantir o atendimento aos pacientes”, afirmou.

    Há relatos também de falta medicamentos sedativos para entubação de pacientes na chamada UPA Vermelha e de anti-hipertensivos. “Quando há necessidade de transferência dos pacientes para a UPA Vermelha, os medicamentos devem ser enviados junto com o paciente, porque alguns itens estão faltando lá”. A Prefeitura nega a informação e garante que não há falta de insumos. “Todos os pacientes internados pela COVID-19 na UPA Vermelha, ou em qualquer outra unidade hospitalar do município, estão recebendo todos os cuidados necessários por parte das equipes”, garantiu. 

    Funcionários de grupos de risco também enfrentam problemas

    Profissionais afastados do trabalho também enfrentam problemas. São 103 pessoas, que fazem parte do grupo de risco para contaminação do coronavírus. O Sehac concedeu antecipação de férias, mas não fez o pagamento referente maio. E, agora, fechando o mês de junho, os funcionários temem que nem mesmo este segundo mês seja quitado.

    Diante da dificuldade para receber, alguns já pensam na possibilidade de voltar a trabalhar, assumindo os riscos. “Eu não tenho o que fazer. Vou ter que voltar a trabalhar mesmo tendo o atestado da Medicina do Trabalho alegando que faço parte do grupo de risco. Não posso ficar sem salário”, explicou um dos profissionais. 

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    Os profissionais que foram demitidos também não receberam a rescisão. São pelo menos dez técnicos de enfermagem e outros três profissionais que trabalhavam na segurança. “Há famílias passando necessidade dentro de casa, com crianças pequenas, que estão dependendo da doação de cestas básicas para sobreviverem. Estão desesperados poque não têm da onde tirar para pagar as contas e o aluguel. É uma falta de respeito. De caráter. Meu marido trabalha em outro lugar e também deve ser demitido quando voltar a trabalhar. Vamos ficar sem nada. Já não sei mais o que faço. É um direito meu. Eles pagar o que devem o mais rapidamente possível”, disse uma ex-funcionária. 

    A Tribuna chegou a informação inicial, sobre atraso na transfer~encia estadual para as UPAs, e confirmou a informação. Neste ano, o Estado fez o repasse de R$ 1,2 milhão referente o primeiro trimestre do programa de cofinanciamento de transferência de recursos financeiros alusivos à contrapartida estadual para o custeio das UPA’s, mas o segundo trimestre (abril, maio e junho) ainda etsá em aberto. A Secretaria disse que aguarda a publicação da resolução, que autoriza o pagamento, para poder fazer o depósito dos recursos em nome do município. Garantiu que, finalizando a quitação deste segundo semestre, os repasses passarão a ser mensais.

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