• Em meio a crise, município quer usar tecnologia para agilizar análise de projetos na construção civil

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  • 02/07/2020 17:02

    Com mais de 1,5 bilhão em investimentos travados em função da morosidade para análise detalhada de projetos no setor de construção civil, Petrópolis pode usar a tecnologia pode reduzir o tempo de espera e agilizar essa avaliação, permitindo a abertura de cerca de 15 mil empregos diretos. O sistema informatizado foi apresentado para representantes das empresas do ramo na quarta-feira (01.07).

    Hoje, todo processo de legalização acontece de forma presencial, em que cada etapa é analisada de forma individual por um engenheiro ou arquiteto da Secretaria de Obras – mesmo fases mais burocráticas, como apresentação de documentos. Se for necessária alguma alteração no projeto, o responsável técnico pela construtora precisa ir até a Secretaria de Obras para saber quais foram exigência, fazer as alterações e retornar para entregar a correção. Com isso, cada projeto leva até três anos até a aprovação final e o início efetivo da obra. A Secretaria de Obras tem mais de dois mil processos em tramitação, entre projetos habitacionais unifamiliares (casas) e multifamiliares (prédios).

    O novo modelo passa acontecer de modo digital, ou seja, tanto os analistas da Secretaria de Obras quanto os responsáveis técnicos pelos projetos poderão interagir de forma mais rápida para equacionar pontos observados pelos arquitetos e engenheiros. Além disso, a pasta fez mais duas modificações para reforçar o quadro de profissionais que fazem a análise desses projetos.

    “Nós colocamos estagiários para fazer a verificação de etapas objetivas do processo, ou seja, se um determinado projeto apresentou ou não as documentações exigidas pela legislação. Esses estagiários não fazem análise, eles dizem se o documento exigido foi ou não entregue. Antes todo o trâmite ficava a cargo de engenheiros e arquitetos. Agora esses profissionais ficam concentrados apenas na análise do projeto em si. Além disso, colocamos mais técnicos nessa fase de análise dos projetos: o departamento de obras particulares tinha cinco técnicos e agora terá 10”, informa o secretário de Obras, Ernane Dias.

    Essa ampliação de profissionais para análise foi alcançada aproveitando arquitetos e engenheiros de outras áreas da pasta. Com essas mudanças, a Secretaria de Obras quer reduzir o tempo até aprovação de projetos, em curto prazo, para um ano e meio, e depois disso, com aperfeiçoamento do sistema, para seis a oito meses.

    O secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Soares, também apresentou o novo modelo de análise.

    Apesar das mudanças, a Prefeitura ressaltou que nenhuma fase do processo de análise foi suprimida e nem foram modificados os parâmetros exigidos para aprovação. Todo projeto passa pela etapa de apresentação de documentos, verificação da área onde foi projetada a obra, prévia análise de viabilidade conforme determina a Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo (Lupos), autorização dos órgãos ambientais e de proteção do patrimônio histórico e aprovação de projetos complementares (movimento de terra, sistema de drenagem, entre outros).

    Apoio de empresas do setor

    Esse novo modelo de análise foi debatido com empresários do setor neste ano, que contribuíram para que ele fosse implantado. Todo o mobiliário necessário, como mesas e cadeiras, e outros equipamentos foram doados pelas construtoras para a montagem do setor.

    “A equipe é a mesma, o espaço é mesmo, os recursos são os mesmos. O que está melhorando é a tecnologia. E com isso, nós começamos a ter perspectivas de criar um projeto enquanto estamos executando uma outra obra, que demora um ano e meio de execução, porque sei que quando essa obra estiver terminando, eu terei outra perto de começar”, declarou Osmar Félix, da construtora Solidum.

    “Essa visão é um alento e uma esperança. A gente se sentia órfão. Na hora em que dávamos entrada em um processo, ele ficava aqui por muito tempo. Então você ver essa mudança na Secretaria de Obras, em tão pouco tempo, isso para gente é um alento por saber que os processos vão andar. Nós temos boas ideias, temos boas intenções. Nós queremos ter resultado e desenvolver a cidade”, afirmou Daniel Blanc, da construtora Blavi.

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