• Em congresso na Suécia deputado diz que Brasil vive “epidemia” de acidentes com moto

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  • 19/02/2020 16:08

    Ao analisar relatório da Organização de Saúde (OPAs) com os índices de acidentes de trânsito, que envolvem motociclistas – o deputado Hugo Leal disse que “no Brasil, este número de motociclistas vítimas do trânsito é ainda maior. Vivemos uma verdadeira epidemia”. O relatório da OPAs aponta que, nas Américas, quase metade das pessoas que morrem por lesões no trânsito são motociclistas. Esses grupos são considerados usuários vulneráveis das vias, por circularem com mínima proteção e por não terem outra opção senão utilizar uma infraestrutura de trânsito pouco segura.

    Relator da Lei Seca no Brasil, Hugo Leal participa do encontro anual da Rede Global de Legisladores em Segurança Viária, em Estocolomo, com a presença de parlamentares de países de todos os continentes. O encontro ocorre paralelamente à 3ª Conferência Ministerial Global sobre Segurança Viária. “É sempre importante ver que há avanços na redução significativa de vítimas do trânsito até mesmo em países da Ásia e da África, que têm problemas semelhantes ao Brasil mas dão prioridade ao enfrentamento dessa tragédia”, afirmou o deputado, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e autor da Lei Seca.

    Ao fazer um relato da situação nas Américas, o parlamentar brasileiro destacou relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), de 2019, revelando que o número de mortes no trânsito continua aumentando nas Américas, chegando a quase 155 mil por ano. O número de óbitos equivale a 11% do total global de falecimentos associados a transporte e deslocamento. “As lesões no trânsito são a principal causa de morte de crianças entre cinco e 14 anos de idade. O problema é também a segunda maior c ausa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, enfatizou Hugo Leal.

    A taxa de mortalidade no trânsito do Brasil foi estimada em 19,7 por 100 mil habitantes — acima da média das Américas (15,6) e da média do Cone Sul (18,4).   “Do ponto de vista da legislação, o Código de Trânsito Brasileiro é considerado bastante avançado. Mas o Brasil está atrasado na gestão do trânsito por não ter uma agência nacional de segurança viária, como recomenda a OMS, ou uma secretaria nacional de segurança viária – enfim, um órgão gestor, como existe na Argentina, no Uruguai ou na Colômbia, capaz de coordenar múltiplas ações, de diversas áreas, com foco neste objetivo, de enfrentar a tragédia do trânsito”, afirmou o deputado Hugo Leal, úni co parlamentar das Américas a fazer parte do  Conselho de Liderança da Rede Global de Legisladores para a Segurança Viária.

    Parlamentares do Reino Unido, da Suécia, de Luxemburgo, da França, da Tailândia, do Egito, do Benin, da Nigéria, da Índia e da Tanzânia, entre outros países, estavam no encontro – presidido por Etienne Krug, diretor da Organização Mundial de Saúde, e pelo coordenador da Rede Global de Legisladores, Barry Sheerman, membro do Parlamento do Reino Unido. O encontro da Global Network for Road Safety Legislators teve a participação especial de Zoleka Mandela, neta de Nelson Mandela, embaixadora da ONU para Saúde Infantil e uma ativista da causa da segurança viária após perder a filha no trânsito.

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