• Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Yuri Moura sobre mobilidade urbana

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 09/08/2020 08:00

    Yuri Moura é pré-candidato pelo PSOL. É petropolitano, professor de história e gestor público especializado em cidades. Tem 10 anos de experiência na administração pública: trabalhou na Prefeitura, ALERJ, Senado e Câmara Federal. Lutou pela cassação dos vereadores corruptos; apresentou inúmeros projetos populares de lei; conquistou 2,5 milhões em recursos para saúde e educação; foi apresentador na TV e no rádio local; e colaborou com a formação de mais de mil jovens e adultos através da Escola Popular. Em 2016 foi o 3º colocado para prefeito, em 2018 teve 12.623 votos para deputado estadual.

    As últimas obras estruturais, que interferiram diretamente na mobilidade urbana foram a duplicação da Barão do Rio Branco e da Rua Bingen, na década de 70. Desde então, Petrópolis não teve avanço na sua estrutura viária. Como sua gestão vai tratar a mobilidade urbana?

    Defendemos um modelo de cidade sustentável e inteligente, com a descentralização de atividades essenciais, investindo em infraestrutura nos bairros, com serviços públicos e incentivo ao desenvolvimento econômico local. O centro urbano não pode se confundir com o Centro Histórico, dependemos muito da “vinida” – como se diz. Isso prejudica moradores dos distritos e faz o petropolitano perder muito tempo no trânsito num município não tão extenso. Vamos melhorar as vias alternativas, diluindo o engarrafamento, exemplo: a Getúlio Vargas desafoga a Cel. Veiga.

    Petrópolis tem hoje um Plano de Mobilidade Urbana, o primeiro da cidade e que dá as diretrizes para o setor até 2029. Qual será sua prioridade na execução do plano de mobilidade? A ausência de melhorias na BR-040, principalmente, a falta nova pista, pode interferir na execução do plano de mobilidade? Como será tratada a questão do estacionamento rotativo e ciclovias? 

    Vamos organizar um trânsito mais seguro, com ações educativas e medidas que protejam pedestres, ciclistas e motociclistas. Isto é, sinalização luminosa e sonora, faixas elevadas, acessibilidade e transporte público eficiente – diminuindo o uso de carros particulares. O Plano de Mobilidade já aponta ações cicloviárias, só falta investir em infraestrutura e envolver a população. Vamos anular o contrato da Sinal Park e lutar para que a CONCER saia de nossa cidade: indenizando os moradores do Contorno e garantindo que as famílias da BR-040 permanecem em suas casas.

    As empresas ônibus da cidade reclamam de queda de passageiros, que seria um dos motivos para o preço atual da tarifa. Por outro lado os usuários reclamam de ônibus cheios, filas e poucos horários. Existe a concorrência do transporte por aplicativo e o fato dos moradores estarem usando mais carros e motos, o que aumenta os gargalos no trânsito. Como equilibrar este cenário e melhorar o trânsito na cidade? 

    Em nossa gestão o transporte público não será por concessões, vamos acabar com esse sistema corrompido por maus políticos e a ganância de empresários de ônibus, é isso que faz a tarifa ser cara. Chega de perseguição aos rodoviários, vamos tirar de circulação carros quebrados e levar as linhas até o final das comunidades. Com os conselhos de bairros definiremos melhor os horários e trajetos, atendendo a população. Discutiremos com a sociedade civil duas iniciativas: o transporte alternativo cooperado (vans e motos) e algumas linhas interdistritais com tarifa zero. 

    A mobilidade urbana requer a conservação e modernização das vias da cidade. Nos distritos, há duas situações: escoamento de produção rural em ruas ainda de terra batida e engarrafamentos nas áreas urbanas por conta dos veranistas e turistas. Em toda a cidade, de uma forma geral, há cobranças por pavimentação. Como investir em pavimentação e, principalmente, fazer a manutenção das vias com os recursos de orçamento da prefeitura? 

    O petropolitano não quer mais a velha política do asfalto caro em época de eleição que meses depois deixa ruas esburacadas. A gente sofre todos os anos com chuvas e alagamentos, a cidade precisa ser como uma esponja. Chega de obras mal feitas e superfaturadas. Criaremos uma usina de asfalto permeável e blocos, usando a reciclagem de resíduos da construção civil e gerando empregos para a manutenção viária. Cuidaremos também das estradas vicinais, tão importantes na produção rural, garantindo maquinário permanente para a sua conservação.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

    Últimas