• Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Yuri Moura sobre desemprego

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  • 26/07/2020 08:00

    Yuri Moura é pré-candidato pelo PSOL. É petropolitano, professor de história e gestor público especializado em cidades. Tem 10 anos de experiência na administração pública: trabalhou na Prefeitura, ALERJ, Senado e Câmara Federal. Lutou pela cassação dos vereadores corruptos; apresentou inúmeros projetos populares de lei; conquistou 2,5 milhões em recursos para saúde e educação; foi apresentador na TV e no rádio local; e colaborou com a formação de mais de mil jovens e adultos através da Escola Popular. Em 2016 foi o 3º colocado para prefeito, em 2018 teve 12.623 votos para deputado estadual.

    1 – Quais os acertos e erros do governo municipal nos últimos anos na geração de emprego? 

    Nós não temos sequer um Plano de Desenvolvimento Econômico, não existe planejamento ou visão, só promessas da vinda de indústrias ou privilégio para supermercados de fora. Petrópolis precisa organizar suas vocações, a economia global mudou, temos que acordar. Três pontos são urgentes: investir em tecnologia e economia criativa (conhecimento, moda, cultura, cerveja, ecoturismo, etc); inverter a lógica dos incentivos fiscais, ajudando o comerciante/empresário da cidade; e criar políticas de proteção aos trabalhadores, principalmente os de serviços e aplicativos.

    2 – Ainda dentro do tema desemprego, sendo eleito, quais serão as suas primeiras ações ao assumir a administração pública com o objetivo de gerar emprego e renda em Petrópolis?

    Ouvir quem trabalha e produz. Os mais de 800 produtores rurais esquecidos, o pequeno e o médio empresário sem incentivo, a padaria e o salão de bairro que nunca receberam incentivo, os entregadores que se acidentam no trânsito ganhando pouco, quem trabalha no comércio e tá sem oportunidade; os servidores municipais que estão sem aumento justo ou reconhecimento há anos. Daí vem o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social e junto dele um alto investimento em educação e capacitação profissional, além de investimento em infraestrutura.

    3 – No âmbito municipal (sem contar os esforços do estado e união) quais deveriam ser as ações para acolher e proteger as empresas durante a pandemia?

    Montar um gabinete de crise social, articulando auxílios e linhas de crédito ao pequeno e médio empresário, MEIs, autônomos e trabalhadores da cultura. O Santander explora a folha salarial do município, são 12 mil contas, o mínimo seria cobrar um retorno do banco neste momento. Também suspender os aluguéis dos imóveis comerciais de grandes proprietários e garantir que as concessionárias de água, luz e gás não explorassem famílias e negócios, além de priorizar uma grande rede de doações aos trabalhadores e trabalhadoras afastados de seus empregos.

    4 – A pandemia do coronavírus coloca em evidência o problema do desemprego em Petrópolis com  mais de 5 mil demissões em apenas dois meses. Por quanto tempo você acredita que haverá consequências na economia da cidade? E como retomar o crescimento? 

    A crise não começou agora. Petrópolis é marcada pela falta de projeto de desenvolvimento, por um custo de vida alto e pela exploração, principalmente, de trabalhadoras – com salários baixos, sem apoio, creche noturna para as mães ou oportunidades iguais. Qualquer candidato que prometa uma “salvação” está mentindo, precisamos de um trabalho sério, planejado: incentivar negócios locais; criar infraestrutura e o ambiente necessário para crescer; além de tirar a CONCER, Sinal Park e empresas de ônibus do caminho do povo que paga caro pra viver aqui.

    Ouça aqui a entrevista em podcast:

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