Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Yuri Moura sobre Cultura e Turismo
Yuri Moura é pré-candidato pelo PSOL. É petropolitano, professor de história e gestor público especializado em cidades. Tem 10 anos de experiência na administração pública: trabalhou na Prefeitura, ALERJ, Senado e Câmara Federal. Lutou pela cassação dos vereadores corruptos; apresentou inúmeros projetos populares de lei; conquistou 2,5 milhões em recursos para saúde e educação; foi apresentador na TV e no rádio local; e colaborou com a formação de mais de mil jovens e adultos através da Escola Popular. Em 2016 foi o 3º colocado para prefeito, em 2018 teve 12.623 votos para deputado estadual.
Em Petrópolis as áreas de Cultura e Turismo andaram de mãos dadas durante muitos anos. Evidentemente, elas estão interligadas, mas ao mesmo tempo são independentes em gestão, objetivos e resultados. Isso trouxe atraso para os dois setores? Como avançar nos dois segmentos?
A cultura não pode estar limitada aos grandes eventos, projetos e ações culturais precisam ser permanentes em bairros e escolas. Em nossa gestão vamos garantir recursos para o Plano Municipal de Cultura e organizar um calendário de atividades em praças, teatros e outros espaços. Além de editais para criação de Pontos de Cultura, valorizando manifestações culturais locais. Todo esse investimento se relaciona com a cadeia produtiva do turismo, com os grandes eventos, e com a economia criativa: moda, gastronomia, artesanato, audiovisual e conhecimento.
O calendário anual de eventos é bem direcionado a atrair turistas, ainda que as atrações também tenham a participação de moradores. O petropolitano, no entanto, cobra mais ações voltadas para a Cultura de forma permanente e não apenas nos chamados “grandes eventos”. Como sua gestão vai lidar com a Cultura?
Festas tradicionais como Bauernfest, Serra Serata e Bunka-Sai são importantes, mas precisamos valorizar também a Festa da Cultura Negra, da cultura portuguesa e outras expressões. Estes eventos, planejados e com apoio, podem gerar trabalho e renda o ano todo – como a produção do Carnaval: criação de fantasias, visitas aos barracões e ensaios. Vamos incentivar novos atrativos turísticos para além do Centro Histórico, articulando os projetos de cultura nos bairros e escolas com a agenda de eventos na cidade. O fazer cultura junto do viver Petrópolis!
Os grandes eventos na cidade movimentariam cerca de R$ 400 milhões por ano. Comércio e trade turístico seriam os maiores beneficiados. Como fazer com que os grandes eventos aumentem a renda e valorizem as pessoas que vivem do trabalho artístico? Como fazer com que a ascensão do turismo na cidade movimente outras cadeias produtivas?
Petrópolis recebe muitos visitantes, em 2019 foram 2 milhões, queremos que eles virem turistas – pernoitando e ampliando a sua permanência. É preciso acolher melhor quem chega na cidade: wi-fi liberado, guias e informações de fácil acesso, divulgação de circuitos gastronômicos e noturnos, de roteiros do ecoturismo, do turismo religioso e de base comunitária. A partir das belezas do Centro Histórico, o visitante precisa conhecer outras experiências, vamos articular a ida aos polos de moda, ao circuito rural, junto do turismo de negócios e o potencial cervejeiro.
A cultura e o turismo foram duramente afetados pela pandemia da Covid-19 em 2020. Qual o projeto de sua gestão para fomentar estes setores nos próximos quatro anos?”.
Nosso governo vai construir com a sociedade o Plano Municipal de Desenvolvimento Econômico, que está previsto no Plano Diretor mas não foi efetivado. Petrópolis sofre com a falta de um olhar a longo prazo e com o turismo não é diferente. Vamos investir em publicidade nos aeroportos, rodoviárias e mídias; reposicionar nossos produtos (rurais, moda e cerveja) no mercado agregando o selo de Petrópolis; melhorar a hospitalidade capacitando quem trabalha com público; criar banheiros públicos e dar fim ao abuso no estacionamento rotativo.
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