• Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Marcos Novaes sobre qualidade de vida e bem-estar social

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  • 13/09/2020 08:00

    Marcos Novaes é pré-candidato a prefeito pelo PDT. É empresário da área de pesquisas. Nasceu em Itajaí, Santa Catarina, e chegou a Petrópolis aos seis anos de idade. Foi alfabetizado no antigo colégio EPA, onde fez também o estudo fundamental. Fez a primeira comunhão no Sagrado e cursou o antigo ensino médio nos colégios Werneck e Opção. Começou a fazer política ainda na época da ditadura. Em 1979, aos 13 anos, participou da fundação do Movimento de Direitos Humanos de Petrópolis, sob a liderança do então frei Leonardo Boff. Foi presidente da APE, presidente da Comdep e vereador por um mandato (2005 a 2008).

    Qualidade de vida e bem estar-social são considerados fundamentais por gestores de países com progresso avançado. Eles consideram que segurança, trânsito humanizado, soluções sustentáveis e acesso à tecnologia são itens essenciais para o bem estar social.  Quais são seus projetos para Petrópolis em qualidade de vida?

    Não há qualidade de vida sem desenvolvimento. E não há desenvolvimento em ambientes emperrados. Isso vale para a vida real e para a vida virtual. Petrópolis se tornou uma cidade emperrada, faltam mobilidade real e mobilidade virtual. A partir de 2021, o planejamento estará voltado para favorecer a geração de trabalho e renda de modo sustentável e com incremento da mobilidade. Além do crescimento econômico, retomar o controle do sistema fluxo-tarifário dos ônibus, informatizar a sinalização semafórica e colocar na palma da mão do usuário um aplicativo com as melhores opções de mobilidade, considerando trânsito e uso de táxis e aplicativos. 

    Maior PIB da região serrana e oitava economia do estado, Petrópolis tem 10 mil pessoas em situação de extrema pobreza segundo o IBGE.  Em mais de  3 mil domicílios, os moradores não dispõem de renda ou então recebem apenas benefícios do governo. Pelo menos 8 mil pessoas sobrevivem com renda de R$ 250 por mês.   Como a sua gestão vai tirar as pessoas desta situação?

    O Brasil continua a ser um dos países mais desiguais do mundo. O sofrimento dessas famílias de Petrópolis vem dessa desigualdade e os recursos de que dispõe nossa prefeitura não permitem prometer “tirar as pessoas dessa situação” em quatro anos. A partir de 2021, a prefeitura vai se empenhar para colocar Petrópolis no rumo do desenvolvimento sustentável, para criar o ambiente ideal para a geração de trabalho e renda ao alcance das pessoas excluídas das rotinas que permitem melhorar a vida de modo sustentável. Nessa linha, vamos criar a Câmara Virtual do Emprego, apoiar o empreendedorismo e incrementar a educação profissionalizante.

    Não se pode falar em qualidade de vida e bem-estar social quando há famílias em áreas de risco e Petrópolis é destaque no país com 234 locais propensos a desastres em função das chuvas. São 72 mil pessoas, cerca de 25% da população, vivendo em áreas de risco.  Qual será a política habitacional da sua gestão?

    É tanta gente afetada que habitação segura para pessoas em área de risco tem de ser o coração de uma política habitacional em Petrópolis. A partir de 2021, a prefeitura irá buscar captar recursos em programas do Estado e da União para tirar do papel projetos de regularização fundiária e de construção de moradias para quem já perdeu sua casa em tragédias anteriores e para quem continua em situação de risco. Aonde for tecnicamente possível, a prefeitura realizará obras para dar segurança a imóveis recuperáveis. Vamos trabalhar também com mutirões, orientando obras em áreas populares e na melhoria das vias, servidões e escadarias de acesso.

    A população de rua em Petrópolis  é de cerca de 140 pessoas.  Os moradores de rua não estão apenas no Centro histórico, mas também nos bairros. Acolhimento, alimentação e até mesmo atendimento em saúde são oferecidos a essa população. No entanto, a maioria faz uso de drogas, apresenta deficiência mental ou tem falta de capacidade para o trabalho. Qual a sua proposta para reinseri-los na sociedade?

    A desigualdade extrema da sociedade brasileira cria essa situação não apenas injusta, mas irracional: numa ponta, o supérfluo e o desperdício; na outra, a penúria e a carência absoluta. São realidades da mesma sociedade. A partir de 2021, a Secretaria da Assistência Social vai trabalhar com equipes treinadas, identificando as origens dessas pessoas, entendendo suas histórias de vida, refazendo sua conexões familiares e auxiliando sua volta para casa. Dentro do possível, vamos criar possibilidades de recuperação e/ou reinserção, seja na família, seja no mundo produtivo, um trabalho com Igrejas e instituições dedicadas, unindo ainda Saúde e Educação.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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