• Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Alexandre Gurgel sobre saúde pública

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  • 16/08/2020 11:00

    Alexandre Gurgel é pré-candidato à Prefeitura pelo partido Cidadania. Casado com a fisioterapeuta Ivana, juntos escolheram Petrópolis para viver e criar o filho Pedro, que estuda na cidade desde a infância e atualmente está terminando a faculdade. Mestre em Administração pela FGV e Doutorando em Políticas Públicas pela UFRJ, Gurgel é professor, consultor em gestão e autor de livros. Ocupou cargos de liderança no setor público e privado. Sua participação política é por amor e gratidão à cidade e sua população.

    Hoje, 77% da população de Petrópolis é atendida pelo SUS na Atenção Básica de Saúde.  O orçamento da Saúde, somados repasses estaduais e federais é de R$ 345 milhões.  As construções de novas unidades de saúde como a da Posse e a de Araras levaram seis anos para serem concluídas, ou seja, atravessaram duas gestões.  Como o seu governo vai fazer para acelerar a instalação dos postos de saúde?

    A boa gestão do orçamento público é fundamental. Petrópolis, infelizmente, tem apresentado resultados muito ruins em todas as áreas e não é diferente na saúde. A falta de planejamento e compromisso com a população, compromete os prazos e a qualidade dos serviços. As compras emergenciais, incluindo as demandas judiciais, aumentam os custos e desperdícios. Precisamos ajustar os quadros de pessoal, sem interferência política, em acordo com as necessidades da rede pública e administrar melhor os convênios.  

    Do ponto de vista da gestão ainda não foram implantadas, na totalidade, ações como o prontuário eletrônico em todas as unidades e a biometria para controlar a frequência dos médicos e servidores. A falta de informatização na Saúde é um dos entraves para melhorar o sistema na cidade. Como a sua gestão vai tratar esta deficiência?

    O prontuário eletrônico inteligente implantado na rede de saúde evita desperdício, repetição de exames e consultas. As equipes de saúde poderão acompanhar melhor a população com maior economia e qualidade assistencial. Quando servidores se sentem respeitados e valorizados – com remuneração justa, preparados e com boas condições de trabalho – tendem a se tornar parceiros e apresentam melhor rendimento. A informatização plena da área da Saúde será prioridade da Gestão já no 1º ano do Governo. 

    Pacientes reclamam de demora na marcação de exames e consultas, em especial os pré-operatórios, e também demora na marcação das cirurgias. Há pessoas que já refizeram exames várias vezes porque as cirurgias são sempre adiadas. A pandemia do coronavírus fez a fila pelas cirurgias crescer. Como sua gestão vai colocar um fim às filas para cirurgias?

    O desequilíbrio causado pela perda de leitos hospitalares clínicos/cirúrgicos, (próprios/credenciados/contratados) frente ao crescimento populacional de Petrópolis nos últimos 30 anos é gritante. A recuperação da capacidade da rede hospitalar será feita através da ampliação das parcerias com a rede contratada/credenciada, inclusive pela aquisição estratégica e diferenciada de serviços demandados. No médio prazo precisamos buscar recursos federais e de consórcios para a instalação de um novo hospital geral de grande porte. 

     Petrópolis vive hoje duas realidades: moradores que entram na justiça para garantir vagas, remédios e cirurgias. Por outro lado, assistem os moradores de outros municípios serem atendidos nas emergências da cidade. E Petrópolis não recebe indenização das cidades de origem dessas pessoas pelo atendimento que foi prestado aqui. Como sua gestão vai resolver os dois problemas?

    O diálogo claro e continuado com o MP, Defensoria e Judiciário diminuirá a judicialização e os custos. Existem erros políticos e de gestão há muitos anos. Residentes de outros municípios são atendidos como se fossem moradores, com dados falseados, impedindo o levantamento estatístico destes custos. A universalidade do SUS deve ser respeitada, mas o gestor precisa ser responsável e competente para documentar tais despesas. Há caminhos para a compensação financeira, por exemplo, através de consórcio intermunicipal.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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