• Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Alexandre Gurgel sobre mobilidade urbana

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  • 09/08/2020 08:00

    Alexandre Gurgel é pré-candidato à Prefeitura pelo partido Cidadania. Casado com a fisioterapeuta Ivana, juntos escolheram Petrópolis para viver e criar o filho Pedro, que estuda na cidade desde a infância e atualmente está terminando a faculdade. Mestre em Administração pela FGV e Doutorando em Políticas Públicas pela UFRJ, Gurgel é professor, consultor em gestão e autor de livros. Ocupou cargos de liderança no setor público e privado. Sua participação política é por amor e gratidão à cidade e sua população.

    As últimas obras estruturais, que interferiram diretamente na mobilidade urbana foram a duplicação da Barão do Rio Branco e da Rua Bingen, na década de 70. Desde então, Petrópolis não teve avanço na sua estrutura viária.  Como sua gestão vai tratar a mobilidade urbana?

    A mobilidade precisa de ações urgentes. No curto prazo, com pequenas intervenções, como o ajuste geométrico de ruas, calçadas e canteiros, que facilitarão o deslocamento e as manobras dos ônibus e veículos maiores. Além da atuação permanente de agentes de trânsito, equipados e treinados para atuar nos horários e locais de maior congestionamento. Posteriormente, a prioridade será a revisão e implantação do Plano de Mobilidade Urbana, junto com os investimentos necessários em infraestrutura.  

    Petrópolis tem hoje um Plano de Mobilidade Urbana, o primeiro da cidade e que dá as diretrizes para o setor até 2029.  Qual será sua prioridade na execução do plano de mobilidade? A ausência de melhorias na BR-040, principalmente, a falta nova pista, pode interferir na execução do plano de mobilidade? Como será tratada a questão do estacionamento rotativo e ciclovias?

    O atual Plano de Mobilidade Urbana de Petrópolis é uma contribuição técnica relevante e deveria ter sido tratado com prioridade. Infelizmente, a inércia administrativa impediu a melhoria do trânsito no município. Paralisação das obras da BR-040, ausência da duplicação Bingen/Quitandinha e os impactos no setor pela pandemia do coronavírus, dificultam os próximos passos. Precisamos priorizar transportes não motorizados e revisar toda a estratégia de estacionamento de veículos em pontos críticos.

    As empresas ônibus da cidade reclamam de queda de passageiros, que seria um dos motivos para o preço atual da tarifa. Por outro lado os usuários reclamam de ônibus cheios, filas e poucos horários. Existe a concorrência do transporte por aplicativo e o fato dos moradores estarem usando mais carros e motos, o que aumenta os gargalos no trânsito. Como equilibrar este cenário e melhorar o trânsito na cidade?

    Tenho defendido a tese de um novo marco regulatório para os contratos com as empresas de ônibus em Petrópolis. Justificativas técnicas e jurídicas não faltam. Pandemia, aplicativos, gratuidades políticas, falta de transparência e coerência na administração pública, implicam em um serviço de baixa qualidade e com passagens caras para a população. Precisamos tratar o transporte público como prioridade e de forma transparente. Soluções existem e já estão sendo aplicadas em outros lugares.

    A mobilidade urbana requer a conservação e modernização das vias da cidade. Nos distritos, há duas situações:  escoamento de produção rural em ruas ainda de terra batida e engarrafamentos nas áreas urbanas por conta dos veranistas e turistas.  Em toda a cidade, de uma forma geral, há cobranças por pavimentação. Como investir em pavimentação e, principalmente, fazer a manutenção das vias com os recursos de orçamento da prefeitura?

    Temos estudado profundamente o orçamento municipal. É assustador verificar a total falta de planejamento e coerência nos gastos públicos. O atual governo conseguiu, pela primeira vez na história de Petrópolis, superar a arrecadação anual pelo endividamento total acumulado. Temos uma prefeitura perdida nas dívidas, da COMDEP, CPTRANS, regularização fundiária, precatórios e por aí vai. Retomar o equilíbrio fiscal, com austeridade na gestão, será o primeiro passo para viabilizar um amplo programa de pavimentação. É possível!

    Ouça a entrevista completa em podcast!

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