• Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Alexandre Gurgel sobre administração pública

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  • 02/08/2020 08:00

    Alexandre Gurgel é pré-candidato à Prefeitura pelo partido Cidadania. Casado com a fisioterapeuta Ivana, juntos escolheram Petrópolis para viver e criar o filho Pedro, que estuda na cidade desde a infância e atualmente está terminando a faculdade. Mestre em Administração pela FGV e Doutorando em Políticas Públicas pela UFRJ, Gurgel é professor, consultor em gestão e autor de livros. Ocupou cargos de liderança no setor público e privado. Sua participação política é por amor e gratidão à cidade e sua população.

    De um lado o cidadão que reclama de atendimento ruim nos serviços públicos e, de outro, servidores insatisfeitos com condições de trabalho e salários. A máquina pública se mostra pesada, lenta e com ferramentas obsoletas.  O desafio é otimizar a administração, reduzir gastos e aumentar a produtividade para executar políticas públicas. Como fazer isso com o efetivo de pessoal e ferramentas que existem hoje na prefeitura?

    Para entregar mais serviços e com maior qualidade, precisaremos de equipes motivadas. Os governos do município de Petrópolis, até hoje, não cuidaram do servidor. Foram na contramão, transformando cargos em moeda de troca política. O resultado é o aumento dos gastos públicos e o mau atendimento à população. Com transparência, planejamento, capacidade técnica e comprometimento é possível resgatar a confiança dos servidores e reverter o cenário atual. 

    Os servidores municipais tiveram nos últimos anos apenas um reajuste salarial de 4,3%.  São 9 mil servidores e mais 3 mil aposentados e pensionistas. A prefeitura é a maior empregadora da cidade. Como valorizar o servidor e cobrar melhor desempenho  para atender ao cidadão?

    Quando os arranjos políticos são mais importantes do que o saneamento das contas públicas, acontece o desequilíbrio fiscal. O primeiro passo é o ajuste orçamentário. Na sequência, priorizar a gestão de recursos humanos. Precisamos cuidar do clima organizacional, estudar pacotes progressivos de benefícios, implantar programas para o desenvolvimento profissional, viabilizar a remuneração adequada para cada atividade e cuidar da previdência. O trabalho é para gestores preparados.

    Sendo eleito, como será a condução das despesas de pessoal em seu governo? Hoje a prefeitura gasta cerca de 51% de sua receita com pagamento dos servidores e ainda precisa solucionar contratações feitas por RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) em várias secretarias, em especial, Saúde e Educação.

    A falta de transparência pública dificulta o entendimento da distribuição dos profissionais pelas diversas áreas da prefeitura. É incerto afirmar se existe ou não força de trabalho suficiente para atender a população. Pior, se o comportamento e a capacitação de cada colaborador estão adequados às tarefas sob sua responsabilidade. Nosso trabalho começa com um diagnóstico situacional, revisão de toda a estrutura física e seus respectivos processos organizacionais. A prioridade será para os servidores concursados.

    Na administração pública, os cargos de chefia, são ocupados por indicações do prefeito. Nem sempre são escolhidas pessoas tecnicamente preparadas para conduzir as pastas.  Como será escolhida a sua equipe de governo? O apoio político vai significar ocupação de espaços importantes em secretarias da sua gestão?

    Nossa pré-candidatura tem como principal objetivo trazer modelos modernos para a gestão pública em Petrópolis. Sei que é difícil aceitar, mas a cidade está estacionada no século passado, em termos da administração pública. Tem muita burocracia, as secretarias estão espalhadas pela cidade, falta integração,  tecnologia e otimização dos processos. Para avançarmos, os profissionais mais preparados precisam ser escolhidos, priorizando sempre os servidores e não as indicações políticas, principalmente as desqualificadas.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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