• Eleições 2020: Tribuna entrevista a pré-candidata a prefeita Lívia Miranda sobre saúde pública

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  • 16/08/2020 11:00

    Lívia Miranda é pré-candidata pelo PCdoB. É professora na rede municipal com dedicação a inclusão de estudantes com deficiência. Também é Mestranda em Educação na UFF. Defensora de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade para todas e todos. Além disso, está presente na batalha sindical da educação pelos direitos dos trabalhadores (as), militante de movimentos sociais pelos direitos das mulheres, da população LGBTIA+, na luta antirracista e pela participação de mulheres e pessoas comuns como protagonistas na política.

    Hoje, 77% da população de Petrópolis é atendida pelo SUS na Atenção Básica de Saúde.  O orçamento da Saúde, somados repasses estaduais e federais é de R$ 345 milhões.  As construções de novas unidades de saúde como a da Posse e a de Araras levaram seis anos para serem concluídas, ou seja, atravessaram duas gestões.  Como o seu governo vai fazer para acelerar a instalação dos postos de saúde?

    A demanda pelo serviço público de saúde é crescente, dada a redução da renda dos trabalhadores(as), aumento do desemprego e a incompetência dos governos federal, estadual e municipal em solucionar problemas. É necessário defender e fortalecer o SUS, principalmente na Estratégia de Saúde da Família, com Clínicas da família, ampliando o número de equipes na mesma unidade e priorizando localização nos bairros. Essa é a melhor forma, na atenção básica, de acompanhar quem está doente, prevenir doenças e promover saúde.

    Do ponto de vista da gestão ainda não foram implantadas, na totalidade, ações como o prontuário eletrônico em todas as unidades e a biometria para controlar a freqüência dos médicos e servidores. A falta de informatização na Saúde é um dos entraves para melhorar o sistema na cidade. Como a sua gestão vai tratar esta deficiência?

    A atual gestão não tem interesse em salvar a vida dos pretropolitanos (as), pelo contrário, faz disso um negócio. Ser incompetente na área da saúde é colocar em risco a vida das pessoas. Quantos bebês, mulheres e homens já morreram por falta de assistência ou medicamento no município? Além disso, é necessário dar condição de trabalho para os(as) trabalhadores da saúde. O prontuário eletrônico é urgente e nisso é necessário investir, mas também garantir remédios, profissionais capacitados e bem remunerados.

    Pacientes reclamam de demora na marcação de exames e consultas, em especial os pré-operatórios, e também demora na marcação das cirurgias. Há pessoas que já refizeram exames várias vezes porque as cirurgias são sempre adiadas. A pandemia do coronavírus fez a fila pelas cirurgias crescer. Como sua gestão vai colocar um fim às filas para cirurgias?

    O problema na marcação de consultas, realização de exames e cirurgias acontece por conta da desorganização da rede. Por isso, a necessidade do investimento na atenção primária para promoção da saúde. Isso tende, a longo prazo, reduzir a necessidade da atenção secundária e terciária que inclui os especialistas e hospitais. No entanto, as pessoas que estão na fila à espera de cirurgia precisam ser atendidas e, para isso, é necessário planejamento e organização com profissionais técnicos e técnicas da área da saúde.  

    Petrópolis vive hoje duas realidades: moradores que entram na justiça para garantir vagas, remédios e cirurgias. Por outro lado, assistem os moradores de outros municípios serem atendidos nas emergências da cidade. E Petrópolis não recebe indenização das cidades de origem dessas pessoas pelo atendimento que foi prestado aqui. Como sua gestão vai resolver os dois problemas?

    A judicialização dos processos de saúde só acontece porque as pessoas não têm seus direitos respeitados. O desrespeito ocorre pelas pessoas que “furam fila” por meio das indicações de políticos corruptos que se valem de “Q.I.” (quem indica). Precisamos organizar a rede de saúde e combater a corrupção não elegendo esse tipo de pessoa. Em relação aos não moradores, não podemos recusar atendimento para esses pacientes, mas é necessário informar ao governo federal e cobrar a compensação do município de origem.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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