• Eleições 2020: Tribuna entrevista a pré-candidata a prefeita Lívia Miranda sobre juventude

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  • 23/08/2020 08:00

    Lívia Miranda é pré-candidata pelo PCdoB. É professora na rede municipal com dedicação a inclusão de estudantes com deficiência. Também é Mestranda em Educação na UFF. Defensora de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade para todas e todos. Além disso, está presente na batalha sindical da educação pelos direitos dos trabalhadores (as), militante de movimentos sociais pelos direitos das mulheres, da população LGBTIA+, na luta antirracista e pela participação de mulheres e pessoas comuns como protagonistas na política.

    As drogas se tornaram um problema social relevante. E os jovens são os mais suscetíveis ao consumo de álcool, drogas ilícitas e medicamentos como estimulantes e tranquilizantes. E o consumo de drogas acaba afetando toda a estrutura familiar. Como evitar que os jovens entrem no mundo das drogas e como ajudar as famílias que já convivem com este drama?

    O enfrentamento ao uso de drogas se faz com conscientização, com discussão e com política pública. É necessário ampliar a participação da juventude e da sociedade civil no conselho municipal de drogas para que eles(as) possam participar da elaboração das políticas públicas. Mas é demagógico dizer que o consumo de drogas se dá apenas na juventude, isso é uma doença crônica da nossa sociedade que afeta crianças, jovens, adultos e idosos. Portanto, é preciso uma política de recuperação daqueles(as) que se encontram doentes.

    A população jovem de Petrópolis é de 70 mil pessoas. Somente de 15 a 19 anos são 24 mil jovens. É nesta faixa etária que o jovem quer ingressar no mercado de trabalho e precisa estar protegido contra a ameaça das drogas. O que sua gestão vai fazer nestes dois sentidos?

    Juventude deve estar associada à vida, ao futuro e não às drogas. É necessário dar perspectivas à juventude garantindo acesso à escola pública inclusiva, ao desenvolvimento do potencial cultural e artístico, acesso ao esporte e ao lazer, para vislumbrar um futuro melhor do que a realidade que temos hoje de exclusão, violência e desemprego. A prefeitura deve incentivar que as empresas contratem jovens através de estágios, do primeiro emprego com equiparação salarial e de carreira entre mulheres e homens.

    Relegado a um segundo plano, o esporte voltou a ser protagonista em comunidades, nas escolas e na vida dos jovens.  O que Petrópolis precisa avançar não apenas em estrutura física, mas em ferramentas para que haja cada vez mais a prática de esporte entre os jovens?

    A prática de esportes está associada à promoção da saúde, ao desenvolvimento intelectual, afetivo, dos valores e crenças de um povo, muito além do esporte de alto rendimento e competitivo. É preciso valorizar e incentivar a prática esportiva para as mulheres, assim como o esporte comunitário, estudantil, feminino, adaptado e colaborativo. Para isso, é indispensável vincular, pelo menos, 1% da receita do município para iniciativas, eventos e projetos esportivos, muito além do futebol e dos de alto rendimento. 

    Manifestações culturais surgiram na cidade por iniciativa de jovens, como festivais de música nas praças. Mas o poder público não conseguiu acompanhar e garantir ordenamento para estas atividades. O resultado é uma queda de braço entre prefeitura e organizadores atravessando vários governos. Como a sua gestão vai garantir manifestação cultural de iniciativa da sociedade? 

    As manifestações culturais só são tratadas como problema quando se relacionam a jovens pobres e negros(as), pois dificilmente saem no noticiário, considerados como problema, os eventos realizados em mansões da cidade pela juventude branca e rica. É importante valorizar a nossa cultura, e destaco aqui o belo movimento hip-hop que é forte na cidade, inclusive, por ser uma cultura de resistência. Portanto, cabe à prefeitura estar atenta às demandas da juventude e dar suporte para que possam se manifestar e se divertir.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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