• Educação Básica em Petrópolis fica novamente abaixo das metas do MEC

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  • 16/09/2020 23:05

    Petrópolis mais uma vez não conseguiu bater as metas para 2019 estabelecidas para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados obtidos em 2019 também foram inferiores às avaliações anteiores, feitas em 2017 e 2015. Nesta última edição, o Ministério da Educação (MEC) avaliou 80 escolas da rede municipal de ensino que contam com 4º e 5º anos do Ensino Fundamental. Nelas, o Ideb alcançado teve média de 5,4, abaixo da meta de 6,0. Também foram avaliadas 44 escolas municipais e estaduais que oferecem 8º e 9º anos. Estas obtiveram média de 4,2, embora a meta fosse de 5,3. Os números foram divulgados nessa terça-feira (15).

    O Ideb foi criado em 2007 para monitorar o desempenho da educação no Brasil. Ele é realizado a cada dois anos e reúne, em um só indicador, os resultados de duas dimensões de qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. O índice é calculado a partir dos dados sobre aprovação, obtidos no Censo Escolar, e dos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). 

    De acordo com os dados no MEC, das 80 escolas da rede municipal de ensino com 4º e 5º anos do Ensino Fundamental em Petrópolis, mais da metade teve queda na avaliação. Foram 42 com resultado inferior ao obtido em 2017 e apenas 16 bateram a meta estabelecida para 2019. São elas: Santa Luiza de Marillac (nota 7,4 – meta 7,2); General Heitor Borges (7,0 – 5,9); Terra Santa (6,3 – 6,3); Bataillard (6,1 – 5,6); Santa Terezinha (6,1 – 5,4); Paula Buarque (6,1 – 5,9); Nossa Senhora de Fátima (6,0 – 5,7); Beatriz Zaleski (6,0 – 5,9); Rosalina Nicolay (5,7 – 5,0); Carlos Canedo (5,6 – 5,1); Carmen Nunes (5,6 – 5,6); Rubens de Castro Bomtempo (5,6 – 5,4); Pedro Amado (5,6 – 5,5); Josemar Cotage (5,6 – 4,8); Clemente Fernandes (5,4 – 5,1) e Lúcia de Almeida Braga (nota 5,1 – meta 4,6).

    Já entre as escolas municipais e estaduais com 8º e 9º anos, apenas oito das 44 avaliadas alcançaram a meta estabelecida para 2019:  Bataillard (nota 5,3 – meta 4,7); Hercília Moreti (5,1 – 4,8); Clemente Fernandes (4,8 – 4,7); Ventura Dias (4,7 – 4,6); Amélia Antunes (4,7 – 4,6); Santa Terezinha (4,7 – 4,4); Maria Goretti (4,6 – 4,3) e Maestro Guerra Peixe (3,3 nota – 3,2 meta). Se consideradas apenas as escolas municipais com 8º e 9º anos avaliadas pelo MEC, 16 tiveram resultado menor em comparação com as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica divulgado em 2017.

    Os resultados alcançados pelo município em 2019 ficaram abaixo dos que já tinha sido obtido na avaliação de 2017 e na anterior, de 2015. Em 2017, o índice alcançado pelos estudantes dos 4º e 5º anos foi de 5.6, abaixo da meta de 5.7. Para o 8º e 9º anos, a nota foi de 4.3 e a meta era 5.0. Na avaliação de 2015, a média obtida pelos alunos do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental foi de 5,5, também abaixo da meta prevista, que era de 5,4.

    A Tribuna questionou a Prefeitura sobre os resultados negativos do Ideb 2019 e quais as ações realizadas para melhorar os resultados nas avaliações, mas não obteve resposta.

    Ensino Médio: apenas duas escolas da rede estadual alcançaram a meta do Ideb 2019

    Sete escolas estaduais, que contam com terceiro ano do Ensino Médio, foram avaliadas pelo Ministério da Educação. Desse total, apenas duas alcançaram a meta estabelecida para o Ideb 2019: Rui Barbosa (nota 4.4 – meta 4.1) e Ciep Gabriela Mistral (3.7 – 3.5). 

    O Liceu Municipal Cordolino Ambrósio não teve as notas do Ideb 2017 e nem 2019 computadas no sistema do MEC. A Tribuna questionou a Prefeitura sobre os motivos pelos quais os índices não foram divulgados, mas até o momento não obtivemos resposta.

    Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação disse que vem trabalhando para a melhoria de todos os índices educacionais e pelo atingimento das metas propostas pelo Ministério da Educação. A Secretaria ressaltou que, em 2019, o Estado do Rio de Janeiro apresentou melhora na nota do Ideb, passando de 3,7 para 3,9, nos anos finais do Ensino Fundamental; e de 3,3 para 3,5, no Ensino Médio.

    Apesar de não ter atingido a meta proposta, a Seeduc adotou diversas medidas, desde o ano passado, para avançar na ampliação da oferta e melhorar a qualidade do ensino, entre as quais destaca a contratação  de mais de 14 mil professores no início do ano letivo de 2019, a retomada da avaliação pedagógica Conhecer, voltada para diagnosticar no nível de aprendizado em Português e Matemática nos anos finais dos ensinos Fundamental e Médio, a inauguração de 20 novas escolas, investimento na compra de materiais e na reforma de unidades, além da climatização de praticamente 100% da rede de ensino estadual.

    Dados da educação básica no Brasil

    Entre 2005 e 2017, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio brasileiro cresceu 0,4 pontos, subindo de 3,4 para 3,8 pontos. Já em 2019, o indicador alcançou 4,2 pontos, a maior evolução da edição, após quatro anos de estabilidade. O aumento no indicador do ensino médio aconteceu em função da melhora nas taxas de aprovação e nos resultados da avaliação desta etapa de ensino no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A etapa conta com 28,8 mil escolas pelo país e a maioria das 7,5 milhões de matrículas se encontra na rede estadual. Apesar do resultado positivo, a meta de 5 pontos prevista para o ano não foi atingida.

    Entre as unidades da Federação, os números do ensino médio variaram 1,4 ponto entre os piores e os melhores resultados. Os destaques foram Goiás, único estado a atingir a meta individual, e Espírito Santo. Os dois empataram com as melhores médias do país na etapa: 4,8 pontos. Já Pará e Amapá tiveram os resultados mais baixos, com 3,4 pontos.

    Ensino fundamental – Os anos iniciais do ensino fundamental apresentaram leve crescimento no indicador. O Ideb 2019 foi de 5,9 pontos, o que representa um aumento de 0,1 ponto em relação à edição anterior, e segue a tendência de evolução das outras edições, superando a meta prevista de 5,7 pontos. Essa etapa de ensino conta com 15 milhões de alunos e 109 mil escolas. A rede municipal tem uma participação de 67,6% no total de matrículas dos anos iniciais e concentra 83,7% dos alunos da rede pública. Além disso, 19,2% dos alunos dessa etapa frequentam escolas privadas.

    Nove unidades da Federação alcançaram Ideb maior ou igual a 6 nos anos iniciais do ensino fundamental. São Paulo teve o melhor desempenho, com 6,7 pontos, seguido por Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, com 6,5 pontos; Ceará, com 6,4 pontos; Goiás, com 6,2 pontos; Espírito Santo, com 6,1 pontos; e Rio Grande do Sul, com 6 pontos. Já o Pará teve o resultado mais baixo, com 4,9 pontos, mas superou sua meta de 4,7 pontos.

    Nos anos finais do ensino fundamental, o aumento foi de 0,2 pontos, com resultado final de 4,9 pontos. Apesar da melhora, o índice ficou abaixo da meta de 5,2 pontos em 2019. Essa etapa de ensino possui 61,8 mil escolas e 11,9 milhões de estudantes no Brasil. O estado de São Paulo teve o melhor desempenho, com 5,5 pontos, mas não conseguiu atingir a meta individual de 5,9 pontos. Sete estados conseguiram cumprir seus objetivos: Amazonas, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará, Paraná e Goiás. Os resultados mais baixos foram do Amapá, com 4 pontos, e do Pará, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e da Bahia, com 4,1 pontos.

    Com 4,9 milhões de alunos, a rede estadual tem uma participação de 41,6% no total de matrículas dos anos finais do ensino fundamental, dividindo a responsabilidade do atendimento escolar na rede pública, nessa etapa de ensino, com os municípios. Os alunos que frequentam escolas privadas representam 15,4% do total.

    O Ceará foi destaque no percentual de municípios que atingiram a meta do Ideb do ensino fundamental por unidade da Federação: 98,9% nos anos iniciais e 83,7% nos anos finais. Alagoas também teve um bom resultado nos anos iniciais, com alcance de 92,2% dos municípios do estado em relação à meta do índice. Já o Amapá teve apenas 18,8% nos anos iniciais e o Rio de Janeiro, 4,3% nos anos finais.

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