• É tempo de reciclar

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  • 05/05/2020 16:33

    Você tem a impressão de que seu lixo aumentou no período de isolamento social? Não é bem assim. “Quando a gente está fora de casa, comemos, consumimos e deixamos na cidade um lixo a gente não vê. Portanto, não contabilizamos como sendo nossa produção. Durante a quarentena, houve uma transposição desse lixo para dentro de casa”, explica Cristal Muniz, autora do livro Uma Vida Sem Lixo.

    A coleta de materiais recicláveis no País aumentou entre 25% e 30% em abril, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). “Esse crescimento mostra que houve alteração no perfil dos resíduos gerados, com menos orgânicos e mais embalagens, consequência do aumento do mercado online para alimentação ou itens em geral”, avalia Carlos Silva Filho, diretor-presidente da entidade.

    É o caso da engenheira civil Sofia Junqueira, que passou a morar sozinha durante a pandemia. Ela admite “viver a base de delivery”. “Compro almoço, janta e faço mercado online”. Um consumo que aumenta – e muito – a produção de lixo. “Eles mandam papelão, isopor, plástico. O papel para limpar a mão, por exemplo, vem enrolado no plástico. É muito mais lixo do que precisa.”

    “Estamos atravessando um momento ímpar, onde podemos observar a quantidade de resíduos que geramos em nosso dia a dia. A partir desta reflexão, podemos aproveitar para discutir e conscientizar a população para onde vai todo este lixo e qual o impacto ambiental resultado do descarte inadequado”, reflete Rafael Zarvos, especialista em gestão de lixo doméstico e fundador da Oceano – Gestão de Resíduos. Não sabe por onde começar? Nós ajudamos.

    O básico. Lave seu material minimamente antes de separá-lo. “A caixa de pizza, por exemplo, não tem problema ter um pouquinho de muçarela ou óleo, apenas garanta que o resto da pizza não esteja lá”, ensina Alexandre Braz, fundador do Instituto Muda, empresa que atua na coleta seletiva de condomínios residenciais Para o caso de vidro, sempre enrole em um jornal ou coloque em uma caixa para evitar que os catadores e funcionários da coleta se machuquem.

    O óleo de cozinha é um produto que gera dúvidas. Para descartá-lo corretamente, armazene-o em um recipiente com tampa, como uma garrafa PET ou uma embalagem de vidro. No site oleosustentavel.org.br/pontos-de-entrega, é possível pesquisar o local mais próximo que aceita o produto para reaproveitá-lo na produção de sabão ou biodiesel. Em Petrópolis, vale checar no Centro de Educação da Mosela onde é possível descartar cada produto e também qual o ponto de coleta mais próximo da sua residência. 

    O importante é saber que há como fazer a destinação correta de tudo, inclusive do lixo eletrônico, comumente arrecadado pelo CERT, no Bingen. 

    Um passo além

    Caso você já faça a reciclagem dos seus materiais, mas mesmo assim quer dar um passo além para ajudar o planeta, é hora de tentar reduzir sua produção de lixo (e até fazer uma composteira em casa; aprenda em: bit.ly/facacomposteira).

    “Precisa sim separar o resíduo para a reciclagem, mas o que precisamos mesmo fazer é parar de produzir tanto lixo”, explica Cristal, que está desde 2015 sem produzir lixo. O primeiro “R”, dos cinco “erres” da sustentabilidade é repensar. Seguido de recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Mostrando que diminuir a produção de lixo é prioridade.

    Durante esse tempo dentro de casa, é possível experimentar coisas novas. Troque o saco plástico do lixo do banheiro por jornal ou, quem sabe, tente fazer um desodorante caseiro – e veja se esses são caminhos viáveis. “São receitas fáceis de fazer, que não têm nada de avançado”, diz Cristal. Outras opções são substituir os guardanapos de papel pelos de pano e copos plásticos pelos de vidro. No lugar dos absorventes tradicionais, prefira os coletores (se você não sabe do que se trata, o perfil no Instagram @papodecopinho tira dúvidas).

     

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