• E a Vida é o Meio

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  • 28/10/2017 11:45

    Entre o Começo e o Fim, o Nascimento e a Morte, corre ora tranquilo, ora turbulento, o rio da Vida. Impossível refreá-lo, a não ser para intensificar seu volume e captar sua força como o que se faz na construção das hidrelétricas. Pessoas podem concentrar suas forças com o propósito de produzir algo maior. Mas, no decurso de suas vidas, os obstáculos naturais vão sendo ultrapassados e corredeiras e cascatas irão se formando para depois voltarem ao seu normal, às suas águas mansas. São fases de seu percurso até chegar ao mar-oceano e ser engolido por ele.

    A metáfora do rio está nos servindo para visualizar o que ocorre ao longo de nossa existência: assim como o ser humano e todo ser vivo, ele também precisa ser “alimentado” de chuvas e das águas de seus afluentes para não secar, pois caso isso venha a acontecer, ele desaparece e “morre”. Fica apenas o seu leito seco.

    Quais os “afluentes e as chuvas” que nos manteriam vivos? A princípio, nossos pais ou substitutos enquanto somos bebês e completamente dependentes de seus cuidados para sobrevivermos. Aí vamos crescendo e nossas necessidades vão se diversificando e tornando-se complexas. Já não nos bastam o cuidado e a alimentação; nosso ser anseia por mais e mais: queremos conhecer o mundo em que vivemos, se possível compreendê-lo e aos seres que nos rodeiam, mormente nossos semelhantes, para melhor convivência.

    Relações humanas podem nos trazer algum conforto, uma sensação de bem-estar e segurança. Ou não. Teremos muito que aprender com erros e acertos nestas escolhas. Mas, à medida que nos desenvolvemos, outras insatisfações irão surgindo e a presença de amigos e de alguém especial com quem partilhar a vida e até reproduzí-la, criando uma família à qual nos dedicar, tornam-se imprescindíveis. Não para todos, pois somos muito diferentes uns dos outros e a conquista da felicidade cabe a cada um definir.

    Ao lado e, concomitante a esses encontros e desencontros (os obstáculos a superar), é de nossa natureza ter “fome” de reconhecimento, ser valorizado pelo que somos, além daquilo que produzimos. E, para conseguir a satisfação desta necessidade às vezes nos desviamos de nossa rota indo parar em lugar nenhum, secando este braço do rio (perdendo uma parte de nossas vidas) causando muita dor a si mesmo e ao seu entorno. 

    É por esta razão que precisamos estar muito atentos para corrigir a tempo os rumos de nossa vida sempre que sentirmos que ela possa estar fugindo de nosso controle.

    O lema do grande filósofo grego Sócrates:“Conhece-te a ti mesmo”, pode nos levar a uma vida feliz ao permitir que impulsos ( pulsões) sejam identificados e não venham a nos dominar e adoecer. Aquele que se observa e tenta agir de acordo com seus valores está fortalecendo o seu Eu e contribuindo para harmonizar o mundo em que vive.

    Por outro lado, quem possui dons, aptidões e conhecimentos e não faz deles uso constante, tenderá a perdê-los ou, no mínimo, atrofiá-los, como acontece com parte do corpo que não é exercitada. Nossa natureza é complexa e não basta cuidar do corpo físico para garantir a saúde, todo nosso organismo tem de ser posto em movimento incluindo a mente e o espírito. Daí os conceitos de Inteligência Lógica (QI) Emocional (QE) e Espiritual (QS).

    Voltando ao meio de campo, em pleno jogo neste momento, como bons jogadores, há que dispor de todas as forças – e pedir ajuda caso nos falte energia ou coragem – para voltarmos à peleja com tudo em cima e batermos nossos gols até o juiz apitar o final do jogo. 

    Seremos vitoriosos por termos nos esforçado ao máximo, pois o que conta na verdade não é a vitória em comparação aos outros mas em relação a si mesmo. O que satisfaz a necessidade de autorrealização, aspiração maior de todo ser humano.

    alicerh17@yahoo.com.br

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