• Duas gestantes estão internadas por suspeita de estarem com Zika vírus

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  • 17/12/2015 12:00

    Redação Tribuna

    O caso de um homem de 52 anos que foi infectado pelo Zika vírus por meio de uma transfusão de sangue, feita em Sumaré, região de Campinas, em São Paulo, mudou todo o procedimento de triagem para quem pretende fazer doações de sangue.

    O homem foi infectado nesta semana, conforme informou o Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. A identificação do vírus não faz parte dos exames laboratoriais que são obrigatórios na triagem de doadores. Até então, só se sabia que era possível a transmissão da doença pelo mosquito que transmite a dengue, o Aedes Aegypti. 

    O Hemocentro de Campinas informou que em março deste ano um portador do Zika notou o aparecimento de sintomas logo depois de ter doado sangue. Ele suspeitou que tivesse com dengue. Diante da situação, o hemocentro enviou amostras de seu sangue para o Instituto Adolfo Lutz, que confirmou a presença do vírus.

    Em Petrópolis, o Banco de Sangue do Hospital Santa Teresa já faz um procedimento diferenciado antes da doação. “Temos condutas diferenciadas na nossa triagem. Fazemos perguntas diferenciadas e específicas ao doador. No momento da triagem, seguimos orientações técnicas do Ministério da Saúde, fazemos algumas perguntas e começamos a analisar o caso dos candidatos. Quem teve algum tipo de febre, cefaleia ou qualquer sintoma agudo que possa vir a ser diagnosticado com Zika ou alguma outra doença nós informamos a ele que não deve doar sangue dentro de, pelo menos, 30 dias após o desaparecimento desses sintomas”, disse Patrícia Perez Paula, coordenadora técnica do banco. 

    Os pacientes que não tinham nenhum sintoma e passaram a apresentar febre ou cefaleia aguda após a doação devem entrar em contato com o banco de sangue para informá-lo sobre o caso dentro de 12 dias. “Se em até doze dias após a doação o paciente começar a apresentar algum desses sintomas ele tem que nos informar, para que possamos estar cientes da situação para tomar as providências cabíveis”, completou.

    A triagem funciona também para detectar casos de dengue hemorrágica, não para diagnóstico, mas sim para evitar qualquer tipo de contágio em casos suspeitos. “Nós não estamos aqui para diagnosticar nada, apenas para prevenir a transmissão”, completou Patrícia. Nos casos de dengue hemorrágica, o paciente não pode doar sangue por, pelo menos, 180 dias após a cura.

    Petrópolis tem dois casos suspeitos da doença

    A Secretaria de Saúde de Petrópolis informou ontem que duas gestantes – sendo uma delas moradora de Magé – estão com suspeita de Zika na cidade. O material para exame já foi colhido e encaminhado para a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. Elas estão sendo acompanhadas pela equipe de pré-natal do Ambulatório Wilson Martelli do Hospital Alcides Carneiro (HAC), em Corrêas.

    A coordenadoria do Setor de Epidemiologia orienta os profissionais e unidades de saúde, tanto da rede pública quanto particular, que comuniquem os casos suspeitos de Zika ao setor de epidemiologia do município. Conforme a Resolução da Secretaria de Estado de Saúde nº 1.296 de 18 de novembro de 2015, a notificação de síndrome exantemática (ou seja, apresentem manchas vermelhas pelo corpo e tenham febre baixa) em gestantes independente da idade gestacional e é compulsória, devendo ser feita em até 24 horas.

    É possível obter mais informações no Setor de Epidemiologia pelos telefones 2246-6796 e 2246-6797 ou pelo e-mail ssadiepi.petropolis@gmail.com.

    Conheça a Zika

    A Zika é caracterizada por febre, dores nas articulações e manchas vermelhas pelo corpo, com duração de três a sete dias. Geralmente não há complicações graves e registro de mortes. No mês passado, porém, o Ministério da Saúde confirmou que o vírus Zika é um dos causadores da microcefalia em bebês nascidos de mães que tiveram a doença durante a gestação. O vírus começou a circular no país este ano, principalmente na região Nordeste.

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