• Doutor da alegria faz a felicidade de pacientes em hospitais de Petrópolis

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 19/11/2018 16:45

    Dois anos e meio desempregado e durante este período, de forma voluntária leva alegria a quem muitas vezes perde a esperança ou não tem muitas perspectivas por estar internado no hospital. Esta é a vida do palhaço Dr. Chicó Olindo, na verdade, Daniel Ferreira Pinho, 35 anos, aluno do curso de administração da UCP, que por não ter como pagar, trancou a matrícula e aguarda conseguir um emprego para terminar o curso. Mas, esta e outras dificuldades não o impediram de continuar seu trabalho nos hospitais, pois para ele “levamos alegria e tiramos a dor”. 

    Para Joemir de Souza, 38 anos, a sua recuperação, inclusive da depressão se deve em parte ao trabalho desenvolvido por Dr. Chicó Olindo e seus companheiros. “Me senti amada e passei a ter esperança depois que os conheci e passei a receber a visita deles. Eles foram fundamentais na minha recuperação como os outros médicos e profissionais de saúde”, afirmou Joemir. 

    Ela contou que não acreditava neste tipo de trabalho e achava que funcionava somente com crianças. Um dia, quando estava internada no Hospital Santa Teresa (HST) ouviu uma música que chamou sua atenção e depois, viu os palhaços entrarem no seu quarto e junto estava o Dr. Chicó. “Foi um momento diferente, pela primeira vez sorri, depois de muito tempo. Minha irmã que estava comigo, depois que eles foram embora disse que meu semblante estava diferente”, conta Joemir, que ficou internada durante seis meses devido a ter contraído uma bactéria por causa de uma cirurgia na coluna. 

    Daniel Ferreira conta que muitas pessoas, crianças e seus familiares, depois da convivência no hospital, querem manter contato e se tornam amigos. Este é o caso de Joemir com o Dr. Chicó. Ela é tão agradecida ao trabalho dele e de outros palhaços que levam a alegria para dentro do hospital, que mantém contato com Daniel. “Eles foram muito importantes e não sei se conseguiria me recuperar sem a alegria e esperança que passam. Hoje acredito que é um trabalho importante para as crianças e para os adultos”, afirmou Joemir. 

    O cirurgião pediatra, Marco Daiha do Hospital Alcides Carneiro (HAC) afirma que o trabalho dos grupos de palhaços, como Doutores da Alegria e outros, são fundamentais para as crianças. “Elas tem uma melhora significativa, seja durante o período pré-operatório e pós-operatório. Os palhaços levam a alegria e tiram o peso da espera e do tempo que estão no hospital”, afirmou. 

    Para o cirurgião, a presença dos palhaços nos hospitais, o trabalho que realizam pode ser visto como uma das formas terapêuticas, pois segundo ele ajudam no tratamento das crianças. “Defendo que os hospitais tenham este tipo de atividade como rotina. Será um grande serviço aos pacientes e aos familiares”, frisa Daiha. 

    Daniel Ferreira começou a se envolver com este trabalho, ao ser convidado por uma amiga para um curso na Capilania Hospitalar. Durante o curso, ficou sabendo de outro, mas no Rio de Janeiro de especialização para atuar nos hospitais. Nesta época estava trabalhando e teve como pagar o curso, que custou R$ 370. “Pensava que para fazer este trabalho precisava de muita coisa, mas com o curso vi que necessitava apenas de roupa simples e muita vontade de levar esperança e alegria aos pacientes”, comenta Daniel, frisando que a certeza de que o trabalho vale a pena quando vê como recompensa o sorriso no rosto de uma criança. 


    Últimas