• Dois meses após assinatura dos contratos, famílias ainda não se mudaram para unidades do Vicenzo Rivetti

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  • 14/05/2020 11:09

    A espera das 776 famílias sorteadas para morar no Conjunto Habitacional do Vicenzo Rivetti ainda não acabou. Dois meses após a assinatura dos contratos, nenhuma família se mudou para as unidades. A entrega dos três condomínios foi feita no dia 16 de março, aniversário da cidade, mas algumas unidades não tiveram as obras concluídas. E, com a pandemia do novo coronavírus, não há previsão de quando a mudança deve ocorrer. Enquanto isso, os futuros moradores têm enfrentado dificuldades e pedem À Prefeitura que ajude a agilizar a mudança dentro das recomendações de segurança.

    As famílias relatam que na data da assinatura do contrato foi informado que a entrega das chaves e a mudança só aconteceriam após a finalização das obras em alguns apartamentos que careciam de reparos. Mas, naquela mesma semana, passaram a vigorar os primeiros decretos com recomendações de distanciamento social, o que fez com que os trabalhos fossem paralisados.

    “Alguns apartamentos precisavam de reparo nos pisos ou janelas, que estavam com problema. E nos disseram que só podiam entregar as chaves para todos juntos, por isso a gente tinha que esperar o fim da obra”, relatou uma das futuras moradoras, que pediu para não ser identificada. 

    Esta família, como muitas outras, depende do aluguel social. Em dezembro, quando foi anunciada a primeira data para entrega das unidades, algumas famílias abriram mão dos imóveis alugados na expectativa da mudança. “Em dezembro, a proprietária da casa onde eu moro de aluguel social me pediu a casa de volta. Isso porque ela também acreditava que o Vicenzo Rivetti ia ficar pronto. Como não ficou, tive que arrumar outra casa. Foi muito difícil e só consegui com a ajuda da assistência social”, relatou a mulher. 

    Benefício do Aluguel Social não tem sido garantia de segurança para as famílias

    A representante do Movimento Aluguel Social e Moradia de Petrópolis, Cláudia Renata Ramos, que acompanha o drama das famílias, contou que muitas têm enfrentado dificuldades porque perderam o emprego, e outras não conseguiram o auxílio emergencial. Os 400 beneficiários do aluguel social no município encaram já há alguns meses o constrangimento por causa dos atrasos nos pagamentos. Os pagamentos, que a princípio eram feitos até o dia 10, vem sendo adiados nos últimos meses, com depósito até o dia 20. O problema é que os contratos feitos com os proprietários ainda preveem pagamento até o dia 10.

    “O proprietário não quer saber. Chega o dia do pagamento do aluguel e o dinheiro não caiu, eles cobram. A gente ainda passa constrangimento, não tem sossego. A Prefeitura podia ir fazendo a mudança para os novos apartamentos aos poucos, para não ter aglomeração, e assim deixamos o aluguel social”, disse uma das futuras moradoras. As famílias pedem ao governo municipal que se sensibilize com a situação. “As famílias entendem a pandemia, mas pedimos um olhar para essa situação, em que muitos chefes de famílias perderam o emprego e muitos não receberam até agora”, lamentou. 

    O Conjunto Habitacional do Vicenzo Rivetti foi construído exclusivamente para pessoas que ficaram desabrigadas no município e que se enquadram na faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, com renda familiar de até R$ 1,8 mil por mês. São 18 blocos construídos em três condomínios. Dois deles com 300 unidades e o último, com 176. Os apartamentos possuem 49 m² e contam com dois quartos, sala, cozinha/área de serviço e banheiro. Os condomínios ainda vão contar com áreas de lazer infantil e salão de festas. Das 776 moradias, 3% serão destinadas para famílias que possuem pessoas com deficiência. 

    A Prefeitura foi consultada e respondeu que o benefício do aluguel social não está em atraso. O pagamento, segundo o governo, é sempre realizado após o mês vencido e ocorre entre os dias 10 e 20 de cada mês.

    Sobre o Conjunto Habitacional do Vicenzo Rivetti, foi informado que todas as famílias selecionadas para receberem as unidades habitacionais já assinaram os contratos das moradias e elegeram os síndicos, que são os responsáveis pela formalização do condomínio e por organizar as mudanças.

    “Esse processo de formalização e de mudança foi afetado por causa da pandemia de Covid-19. O último trabalho que está sendo concluído no local é a instalação de caixa de padrão de luz e troca de vidros em alguns apartamentos. A empresa contratada para o trabalho de gestão de condomínio vai auxiliar no processo de mudanças, para garantir a segurança e a saúde de todos os moradores. Tanto a UBS quanto a creche do Vicenzo Rivetti estão em construção”, informou a nota.

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