• Diretores de escolas serão orientados sobre riscos do jogo da “Baleia Azul”

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 27/04/2017 14:20

    A delegada de Repressão aos Crimes de Informática, Fernanda Santos Fernandes, vai orientar diretores de escolas públicas e particulares, além dos orientadores pedagógicos, sobre os riscos do jogo da “Baleia Azul”. O tema se tornou problema depois da suspeita que os desafios do jogo levaram ao suicídio três jovens nas cidades de Belo Horizonte (MG), Pará de Minas (MG) e Arcoverde (PE). Ela se reuniu com o prefeito Bernardo Rossi quarta-feira (26) e pediu a contribuição das secretarias de Saúde e Educação para investigar se há casos em na cidade, além de se colocar à disposição para ministrar uma palestra com diretores e orientadores pedagógicos de escolas do município. De acordo com a delegada, não há vítimas do jogo em Petrópolis.

    “Essa reunião é importante para entendermos de que maneira nós devemos atuar. É fundamental agir nesse momento para que não tenhamos casos aqui em Petrópolis. Essa disponibilidade da delegada em vir até aqui para nos orientar nos dá segurança para agir nas escolas e nas unidades de saúde e colaborar com o trabalho dela”, destaca o prefeito Bernardo Rossi.

    Para tentar identificar se há casos suspeitos, ela contará com colaboração da Secretaria de Saúde, que vai notificar o DRCI se alguma criança ou adolescente der entrada em alguma unidade médica com sinais de mutilação. Ela também quer que as escolas fiquem atentas a mudanças radicais no comportamento dos jovens.

    “Tem pessoas que acham que só participam desse jogo quem tem depressão, mas isso é um erro. Crianças e adolescentes são curiosos por natureza e acabam entrando no jogo para conhecer ou porque um amigo participa. Só que eles não têm mecanismos de autoproteção, então não conseguem se livrar das ameaças feitas pelos curadores. Eles entram com comportamento normal, mas depois começam a se fechar muito, ficam agressivos. Esses já são sinais de que talvez essa criança ou adolescente esteja no jogo, mas às vezes só se percebe quando vem o sinal mais claro, que é a mutilação ou mesmo a tentativa de suicídio”, explica Fernanda Santos Fernandes.

    A delegada contou que começou investigações há  um mês, quando soube de boatos sobre o jogo, mas não havia ainda nenhuma notificação sobre o problema em todo país. Essa investigação preliminar do DRCI permitiu a identificação até agora de 16 “curadores”, uma espécie de monitor do jogo. Todos eles podem ser acusados de associação criminosa, ameaça, lesão corporal grave e homicídio testado. Juntos, esses crimes podem resultar em condenação de mais de 40 anos de prisão. Muitas vezes, os curadores acompanham até 40 ou 50 jovens e as acusações são para cada caso isoladamente – ou seja, ele pode ser condenado até 50 vezes por todos esses crimes.

    A reunião foi convocada pelo secretário de Serviços, Segurança e Ordem Pública, Djalma Januzzi. O secretário de Educação, Anderson Juliano, também participou do encontro e vai marcar uma palestra para a próxima semana.

    “Muitas vezes os pais trabalham o dia inteiro e acabam não conseguindo perceber que esse tipo de situação está acontecendo com os próprios filhos. A escola acaba tendo essa função. Vamos orientar os funcionários para que eles possam ter esse cuidado a partir de agora”, declarou.

    O juiz da quarta Vara Cível, Jorge Luiz Martins, que também esteve presente, elogiou a atuação do DRCI.  

    “Considero o trabalho que vem sendo desenvolvido é de vanguarda e merece os parabéns, porque está atuando de maneira preventiva. Se o fim do jogo é o suicídio, quando a vítima entra já coloca sobre o curador todos esses crimes”, afirmou.

    Participou ainda o delegado da 106ª Delegacia de Polícia, em Itaipava, André Lourenço.

     

    Últimas