• Dilma, no olho do furacão

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  • 07/06/2016 11:35

    Chegou a vez de Dilma Rousseff. Como lhe competia, ela está finalmente no olho do furacão da Lava-Jato, ao lado de Lula. Segundo Marcelo Odebrecht, a presidente afastada pediu-lhe doação de 12 milhões de reais para sua eleição em 2014, via Edinho Silva, tesoureiro oficial da campanha petista. Quando procurada pelo presidente da empresa, Dilma disse que era para pagar a importância solicitada.

    Os recursos entregues pela Odebrecht, com a origem criminosa de sempre, provieram de esquemas de corrupção montados na Petrobras e em outros braços do Estado. E assim abasteceram os cofres do PT e demais partidos políticos comprometidos com o lulopetismo, com vistas à manutenção da ‘companheirada’ no poder. 

    Muito bem, quebrado o sigilo dos depoimentos de Nestor Cerveró, sabe-se que Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teve conhecimento pleno de todos os detalhes da compra da Refinaria de Pasadena, que causou prejuízos de bilhões de reais à estatal. De igual modo, Cerveró admite que a presidente afastada tinha ciência do esquema de pagamento de propinas ao PT e aos petistas. Noticia o mesmo informante que Dilma tinha uma sala especial na empresa e frequentava com assiduidade a sede da companhia no Rio de Janeiro. Como se não bastasse, pasmem os leitores, revela-se que as despesas pessoais de Dilma e at&e acute; as viagens a Brasília de seu cabeleireiro, Celso Kamura, foram pagas com dinheiro da corrupção na petrolífera. Já o lobista mineiro Benedito Oliveira Neto diz que Giles Azevedo, homem de confiança de Dilma, usou recursos de um contrato da Secretaria de Comunicação da Presidência, no valor de cerca de 44 milhões de reais, para o resgate de dívidas de campanha da presidente junto à agência Pepper. Trata-se de uma sucessão interminável de escândalos no vasto novelo da corrupção lulopetista. 

    Como seu criador, para sempre ausente ou distante dos fatos, Dilma adora mentir. Há exemplos expressivos e recentes. Ela negou que tivesse indicado Marcelo Navarro como ministro do Superior Tribunal de Justiça – STJ, com o propósito de obter a soltura de Marcelo Odebrecht, em ‘habeas corpus’ impetrado perante o tribunal. O ministro nomeado, segundo o ex-senador Delcídio do Amaral, cumpriu o acordo e votou a favor do presidente da Odebrecht, embora voto vencido na Turma do STJ. Quando Waldir Maranhão anulou o processo de impeachment, Dilma declarou que estava tomando conhecimento da decisão do presidente da Câmara naquele exato momento , uma manhã de segunda-feira, em solenidade no Palácio do Planalto. No entanto, já sabia do ato praticado por Maranhão desde domingo, quando o deputado esteve reunido com seu ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Também afirmou, com a maior cara de pau do mundo, que jamais esteve com Marcelo Odebrecht, quando, na verdade, o recebeu em várias oportunidades, inclusive em jantar no Alvorada, como ficou registrado em sua agenda presidencial.

    Até que enfim, rompeu-se a virgindade de Dilma, sua imagem de impoluta, ainda que sempre próxima do centro dos projetos e arranjos criminosos de corrupção orquestrados em benefício de sua eleição para a magistratura superior da Nação. A ‘gerentona’ do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, apresentada como a quinta-essência da competência e da operosidade, mostrou-se exatamente o contrário, ao levar o país à garra, mergulhado numa crise econômica sem precedentes. Perde agora toda e qualquer condição de retornar ao poder, porquanto, além dos crimes de responsabilidade que cometeu, vê-se de uma vez envolvida diretamente nos escândalos.

    paulofigueiredo@uol.com.br


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