• Diana participa do Global Sports dos EUA

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  • 15/08/2016 12:00

    Uma carioca criada em Petrópolis está entre as 17 pessoas escolhidas pelo Departamento de Estado norte-americano para integrar um programa de fortalecimento do empoderamento de meninas e mulheres em todo o planeta. O projeto consiste em valorizar e fortalecer as lideranças femininas em instituições, empresas e equipes de qualquer tipo de setor do mundo. 

    Para participar do programa norte-americano, chamado de Global Sports Mentoring Program (GSMP), Diana Bonar, de 32 anos, inscreveu-se e participou de um processo seletivo em nível mundial com centenas de outras mulheres líderes de diversas áreas de empresas, organizações e da sociedade. Depois de um árduo processo, a carioca ficou entre as 17 selecionadas e sua nomeação foi feita na última segunda-feira. 

    “Antes de mim só uma brasileira chegou a participar desse programa. Fui selecionada agora, recentemente, e comunicada por um anúncio do consulado”, informou.

    Diana, que nasceu no Rio, mas viveu em Petrópolis a maior parte de sua infância e toda a sua adolescência, trabalha como coordenadora de um projeto chamado Organização Luta pela Paz, que atua há 16 anos dentro do complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. A organização tem como objetivo a integração e formação social de pessoas que vivem em situação de violência dentro de comunidades, por meio da prática do box e de artes marciais, e tem uma academia também na cidade de Londres, na Inglaterra.

    “Temos toda uma organização lá dentro. Desses dois polos, Rio e Londres, temos desenvolvido um programa para expandir nossa metodologia. A gente estimula a integração social por meio do esporte. Vimos que a melhor forma não é abrir várias academias, até porque isso é mais difícil economicamente. Então, decidimos desenvolver um programa de treinamento selecionando organizações desses países que já têm estrutura e querem incorporar as artes marciais”, explicou Diana. 

    A ideia do projeto começou numa pesquisa para identificar o motivo que leva as crianças a desejar e portar armas de fogo. “Quando foi desenvolvido o projeto, foi feita uma pesquisa para identificar o motivo que leva as crianças a fazer isso. Ali foi identificado que em comunidades afetadas pela pobreza e com o nível de educação baixo, os menores se comportam dessa forma. Qualquer jovem precisa de acolhimento dentro de um grupo onde ele possa ter sua identidade, ser alguém. Precisa de adrenalina, aventura, algo desconhecido e, além de tudo, ser financiado. Isso tudo uma organização criminosa acaba oferecendo. Então, temos que disponibilizar tudo isso por meio do esporte. Utilizamos o boxe e as artes marciais justamente para proporcionar tudo isso aos jovens”, completou Diana. 

    A organização Luta pela Paz está hoje presente em mais de 124 países com trabalho de integração social por meio do esporte. “Trabalhamos com uma metodologia diferenciada com vários pilares: educação; empregabilidade; suporte social; liderança juvenil. Deste modo disponibilizamos preparação para vestibular, capacitação para o mercado de trabalho, suporte com assistência social, psicólogos e advogados, além da formação de um conselho de jovens. Todos esses pilares trabalhando integrados atuam no desenvolvimento humano dos jovens através da luta, que traz disciplina, regra, respeito e tudo isso junto”, completou.

    A ong já ganhou diversos prêmios de vários países, como o reconhecimento por parte da rainha Elisabeth II – da Inglaterra, e parcerias formadas ao longo dos últimos anos, com entidades como o COI – Comitê Olímpico Internacional.


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