• Detentas do Rio costuram máscaras contra coronavírus

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  • 01/04/2020 14:50

    O ateliê de costura da Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, no Rio de Janeiro, está confeccionando máscaras para proteção contra o novo coronavírus (covid-19). Atualmente, 16 detentas trabalham no setor, em troca de redução da pena e, normalmente, elas fazem uniformes escolares e médicos.

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    O trabalho com as máscaras começou no sábado (28), resultado da parceria entre a Secretaria de Estado de Trabalho e Renda e a de Administração Penitenciária, com a Fundação Santa Cabrini, que faz a gestão da mão de obra prisional. A meta é ampliar para 20 detentas no trabalho e confeccionar 30 mil máscaras.

    Segundo o governo do estado, a princípio as máscaras serão destinadas aos agentes da área de segurança, mas a produção pode ser ampliada para atender outros setores, como o da Saúde. 

    A diretora da penitenciária, Silvana Silvino, disse que ainda não é possível calcular o tempo necessário para a confecção das 30 mil unidades porque o material utilizado – tecido não tecido (TNT) – não faz parte da rotina do ateliê.

    A coordenadora de mão de obra prisional, Márcia Castro, explicou que as máscaras da Talavera Bruce estão sendo confeccionadas com TNT dobrado e são higienizadas antes de serem embaladas.

    “Hoje nós temos 16 internas trabalhando conosco e pretendemos colocar mais algumas. O processo se inicia na mesa de corte e depois vem para as máquinas retas, onde são feitas com TNT dobrado, para que haja mais proteção. Aí, elas recebem costura da máquina reta e depois o clipe e o elástico. A gente finaliza com a limpeza das mesmas e embalagem”, disse.

    As máscaras cirúrgicas não filtrantes descartáveis disponíveis no mercado médico são feitas com TNT duplo ou triplo 100% polipropileno.

    Uso de máscaras

    De acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a pandemia do novo coronavírus, a máscara não é recomendada para uso de todas as pessoas.

    “Se você está saudável, só precisará usar uma máscara se estiver cuidando de alguém com suspeita de infecção por covid-19. Também use uma máscara se você estiver com tosse ou espirrando. As máscaras só são eficazes se combinadas com a lavagem frequente das mãos com uma solução hidroalcoólica ou com água e sabão”, informou a OMS.

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta na Nota Técnica 02/2020 como os profissionais de saúde devem proceder com o uso das máscaras. O material foi publicado no dia 30 de janeiro e passou por três atualizações, sendo a última ontem (31).

    A nota da Anvisa ressaltou que o uso da máscara cirúrgica por pessoas com sintomas da covid-19 é uma “medida de prevenção para limitar a propagação de doenças respiratórias, incluindo o novo coronavírus”, aliado ao reforço na higiene das mãos.

    “Usar máscaras quando não indicado pode gerar custos desnecessários e criar uma falsa sensação de segurança que pode levar a negligenciar outras medidas como a prática de higiene das mãos. Além disso, a máscara deve estar apropriadamente ajustada à face para garantir sua eficácia e reduzir o risco de transmissão”, afirmou a Anvisa.

    A orientação da agência é para que todos os pacientes com sintomas respiratórios usem máscara cirúrgica desde a chegada ao serviço de saúde, no local de isolamento e para circulação. Também devem usar esse tipo de proteção todos os profissionais de apoio em unidades de saúde, como segurança, recepção e limpeza, além de acompanhantes de pacientes.

    Para os profissionais de saúde que tratam de pacientes confirmados para o novo coronavírus, a Anvisa orienta a obrigatoriedade do uso da máscara de proteção respiratória que tenha filtração com eficácia mínima de 95% de partículas de até 0,3μ. São as chamadas máscaras N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3.

    Sobre as máscaras cirúrgicas, a Anvisa indicou para uso profissional as confeccionadas de TNT “com no mínimo uma camada interna e uma camada externa e obrigatoriamente um elemento filtrante” com eficiência para filtragem de partículas superior a 98% e eficiência de filtragem bacteriológica maior que 95%. Todas as camadas devem ser “resistentes à penetração de fluidos transportados pelo ar”.

    As máscaras cirúrgicas são descartáveis e não devem ser reutilizadas nem limpas, sendo necessária a substituição quando o material ficar úmido ou sujo.

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