• Desinformação pode ter provocado o reaparecimento do sarampo: especialistas alertam para importância da vacinação

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  • 03/09/2019 16:45

    A morte de uma mulher, de 32 anos, por sarampo ocorrida na última sexta-feira, chamou a atenção para a importância da vacinação. Thaís Nascimento Paiva, estava internada no Hospital Unimed e teve falência múltipla dos órgãos. Ela tinha dado à luz há 10 dias e a criança também teria contraído a doença.  Para os especialistas, a baixa cobertura vacinal em alguns Estados fez com que casos de sarampo voltassem a ser registrados no país.

    “Gostaria de perguntar a essas pessoas que são contra a vacina e disseminaram tanta desinformação, o que elas pensam agora? Como a doença não existia no país e agora estão aparecendo vários casos, inclusive com epidemias em São Paulo, mostra que houve sim uma negligência por parte da população. A vacina é a única forma de prevenção. Ela é totalmente segura, é eficaz e pode ser encontrada gratuitamente na rede pública”, comentou o infectologista Paulo César Guimarães. Em 2016, o Brasil recebeu uma certificação da Organização Pan Americana de Saúde (Opas) por ter erradicado a doença. Dois anos depois os primeiros casos começaram a ser registrados.

    Leia também: Mas afinal, o que é o sarampo? Eu posso pegar?

    No Rio de Janeiro, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 21 casos já foram confirmados este ano. As notificações aconteceram na capital, em Paraty, Nilópolis e Duque de Caxias. Os dois casos de Petrópolis ainda não foram confirmados nem pelo Estado e nem pela Prefeitura, que ainda tratam as notificações como suspeitas. A previsão é de que o resultado do exame feito em Thaís saia até o fim da semana. Ainda segundo a Secretaria de Estado de Saúde, o Rio alcançou 95% da cobertura vacinal para o público-alvo. No município, este ano, a cobertura vacinal da tríplice viral, que imuniza contra o sarampo, caxumba e rubéola é de 93,03%.

    Depois da morte de Thaís, como forma de prevenção a Prefeitura intensificou a verificação da caderneta de vacinação da população em todas as 15 salas de vacina que, a partir desta semana, também funcionarão aos sábados. Na manhã de ontem, o movimento foi intenso no Centro de Saúde, na Rua Santos Dumont.

    “Aproveitei que minha filha tinha que tomar a vacina e trouxe a minha caderneta para ver se preciso tomar também. É importante se vacinar e não podemos deixar para depois”, disse Paola Firmo de Lima, de 37 anos. Segundo o infectologista, caso haja dúvidas sobre a imunização é importante procurar uma unidade de saúde para buscar orientações. “Caso a pessoa não tenha a caderneta e nem lembre se tomou a vacina quando criança deve tomar de novo. Caso tenha a caderneta e mesmo assim tenha alguma dúvida é só procurar a unidade e buscar informações”, orientou Paulo César. “O sarampo é uma doença grave e em adultos ela é ainda mais agressiva”, ressaltou.

    As salas de vacina vão funcionar de 8h às 16h, durante a semana, e aos sábados, de 9h às 14h. Devem tomar as doses crianças menores de um ano, de seis a 11 meses de vida. Para os demais, foi adotado o protocolo padrão, imunizar pessoas entre um e 29 anos e os profissionais de saúde com duas doses. Pessoas entre 30 e 49 anos, que ainda não foram vacinadas ou não apresentem registro da vacina, precisam de uma única dose. Gestantes e pessoas imunodeprimidas (com sistema imunológico enfraquecido) não podem receber a vacina.

    Quais os sintomas do sarampo?

    Os principais sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Em torno de três a cinco dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade.

    O que causa o sarampo?

    A transmissão do vírus ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. A transmissão pode ocorrer entre quatro dias antes e quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.

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