• Desemprego afeta principalmente os jovens

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  • 16/06/2016 09:00

    O mercado de trabalho brasileiro enfrenta um dos piores momentos das últimas décadas. Segundo levantamento feito pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), pelo menos 11,2% da população do país está desempregada. E neste cenário de crise político-econômica, a parcela da população que sai mais prejudicada são os jovens. Uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) mostra que 1 em cada 4 trabalhadores com menos de 25 foi impactado no processo de corte de vagas. 

    As estatísticas em nível nacional revelam que a conquista do primeiro emprego fica a cada dia mais difícil, mesmo para aqueles que já possuem uma graduação ou até mesmo algum tipo de especialização ou curso complementar. A introdução no mercado de trabalho, que nunca foi uma tarefa simples, agora conta com mais um agravante: as empresas estão cortando os postos menos essenciais e valorizando a experiência, colocando os jovens formandos num beco sem saída, vivendo um paradoxo: para conseguir um emprego é preciso ser experiente na área. Só que para ganhar experiência é necessário ser empregado. 

    No entanto, apesar da crise e dos problemas enfrentados pelo país, em Petrópolis e toda a Região Serrana os números representam justamente o contrário do que mostra a pesquisa. Somente na cidade, de janeiro a junho deste ano, mais de 266 aprendizes foram contratados e 700 vagas de estágio foram criadas. Em toda a região, o número de estagiários contratados chega a 1.400, além de 600 aprendizes. Os dados são do Centro de Integração Estágio e Emprego (CIEE) e incluem ainda Teresópolis, Nova Friburgo e Três Rios, do centro-sul do estado. 

    Para o supervisor do CIEE, apesar da crise, a tendência agora é melhorar. "Estamos com uma demanda bem interessante desde março. Uma tendência de aumento de número de vagas para estágio e para aprendiz também", disse Jorge Tavares. 

    Segundo ele, a estatística representa uma contratação um pouco menor do que nos anos anteriores, mas já está numa tendência de crescimento. "Vai melhorar porque agora começa a aumentar o turismo e a cidade começa a voltar a uma normalidade com eventos e tudo mais. Estou dizendo isso porque as empresas já começam a requisitar contratações, pelo menos aqui na região", completou.

    A jovem Maria Fernanda Diniz Satiro, de 22 anos, já começou a corrida em busca da experiência antes mesmo de se formar na faculdade. "Está muito difícil a situação para todo mundo. Então, diante desse cenário assustador, eu já comecei a minha luta, porque se já está difícil para quem batalha desde cedo, imagina para aqueles que começam tarde demais", completou a jovem, que está no 3º período do curso de Administração e já busca vagas de estágio para ganhar experiência. 

    Uma outra estudante numa situação semelhante à de Fernanda é Gabrielle Reis Ferraz, de 21 anos, que mal entrou na faculdade de Direito e já está tentando estágio. "Estou no segundo período ainda, mas já estou nervosa por não ter conseguido estágio. Eu preciso aprender e ter algum tipo de experiência para que tenha uma recompensa lá na frente", disse ansiosa pela oportunidade.

    Se conseguir um estágio já não está nada fácil, ser contratado num emprego formal é uma tarefa ainda mais complicada. Gabrielle disse que sua prima que fez faculdade de Administração já está há seis meses desempregada. "Ela tem 25 anos, já é formada e não tem emprego. Esse é o meu medo", revelou.

    Para quem já conseguiu a primeira oportunidade vem o alívio. Kelly dos Santos, de 23 anos, que mora na cidade de Areal, cursa o 3º período de Comunicação, mas já está empregada. "Eu trabalho na parte de divulgação e marketing de uma loja de roupas em Itaipava. Foi meu primeiro emprego e tudo isso graças à faculdade que estou cursando, portanto, apesar das dificuldades, vale muito a pena estudar, porque se foi difícil pra mim, imagine para quem não estuda", completou. 


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