• Dedicado professor Damico

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  • 24/06/2020 00:01

    Abro uma pausa na narrativa que venho divulgando aqui na Tribuna de Petrópolis, relativa aos feitos do TEP – Teatro Experimental Petropolitano, para registrar a profunda tristeza que se abateu sobre Petrópolis, especialmente na classe do magistério e dos estudiosos de história, com o falecimento do professor Paulo Roberto Damico.

    O professor Damico, como era conhecido e amado, foi meu aluno na Universidade Católica de Petrópolis, curso de licenciatura em História, aplicado, interessado, estudioso, sob um norte de vida projetado: ser professor de história. Formado, foi entrando na profissão, obviamente pelo título superior obtido mas, e principalmente, por sua capacidade intelectual e mágica empatia, perfeita criatura humana de esmerada educação, polidez, conhecimento e sob alegria diuturnamente presente tanto nas aulas como no convívio diário social. Alegre sempre, ganhou o respeito e a admiração como mestre de história e pesquisador da vida e evolução de Petrópolis, publicando artigos na imprensa petropolitana, proferindo palestras temáticas, vivendo intensamente a cultura local da qual se tornou expoente. Não recusava convites para ensinar, palestrar, participar de eventos culturais, agindo com alegria, talento e larga simpatia.

    De pequena estatura, era um gigante quando desfiava seu erudito conhecimento em soberbas aulas que cativavam seus alunos. Paulo Roberto, o querido professor Damico, escreveu muitas páginas sobre Petrópolis, já que se apresentava nos centros de cultura para pesquisar e elaborar teses de percuciente profundidade histórica.

    Integrou departamentos de direção em educandários, comissões culturais de pesquisa, produzindo belas palestras, aulas magníficas, despertando o interesse de seus alunos pela História de Petrópolis, da qual era Damico um dos mestres mais preparados e consultados pelos pesquisadores.  

    Por valor reconhecido, foi admitido ao quadro de associados do Instituto Histórico de Petrópolis – IHP, ocupando a cadeira nº 35, patronímica de Bernardo Soares de Proença, sobre cuja personalidade e feitos, o professor Damico produziu magnífico discurso de posse.

    Frequente e responsável associado, apresentou trabalhos, atuou em comissões, foi eleito vice-presidente da Diretoria Executiva e, por algum tempo, ocupou a presidência de nossa instituição, em uma fase de recomposição do grupo diretor. No site do nosso IHP constam alguns trabalhos de Damico, dentre eles a tese “Bastidores do 1º Reinado”, muito consultada pelos usuários da publicação.

    O professor Damico era um ser agregador, disposto à convivência fraterna e útil junto à sociedade na qual estava inserido e por tão meritória presença, granjeou o respeito e a mais elevada consideração de quantos tiveram o privilégio de privar de sua amizade e companheirismo.

    Publicou trabalhos de pesquisa, ministrou soberbas aulas, esteve sempre disposto à luta em defesa da cultura histórica, tornando-se exemplo perfeito de professor, contribuindo para o desenvolvimento cultural e intelectual de quantos tiveram o privilégio de serem seus alunos.

    Por último, uma revelação que muitos desconhecem e que marcou a vida do professor na mocidade: seu talento para a fotografia, quando andou pela sua amada Petrópolis registrando imagens que muito auxiliaram colegas em várias publicações.

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